A única religião que eu conhecia era o catolicismo romano. Por isso, decidi tornar-me padre e juntar-me à ordem dos jesuítas. Meus superiores pareciam estar bastante satisfeitos comigo, e fui aceito para fazer os votos que, com freqüência, são assumidos somente após dois anos de noviciado. Isso me deu certa satisfação, devo admitir, mas foi apenas uma satisfação humana. Eu sentia que estava fazendo alguma coisa diferente do que as outras pessoas faziam. Como o fariseu que ficou em pé no templo, diante do altar, e menosprezou o publicano, eu sentia que não era como as demais pessoas. Estava na Igreja Católica e me considerava alguém que caminhava rumo à perfeição. Na verdade, eu era tão ambicioso, que pedi para ser enviado como missionário, sentindo que deste modo seria capaz de levar uma vida mais espiritual. Então, fui enviado como missionário para o Ceilão.
Ceilão
Quando cheguei ao Ceilão, não sendo ainda um padre ordenado, fui enviado a trabalhar em um colégio, antes de iniciar meus estudos teológicos. Os jesuítas exigem um longo período de treinamento. Logo fiquei desiludido com a falta de zelo dos missionários católicos em converter os pagãos. Eu os via engajados em ensinar nas escolas. Via suas lindas igrejas e pouco do verdadeiro “evangelismo”, como o entendia naquela época. Percebi que a atmosfera espiritual estava bastante morta.
Índia
No devido tempo, fui enviado à Índia, a fim de realizar meus estudos teológicos e, oportunamente, ser ordenado padre. Durante esses estudos, estive face a face com os religiosos do hinduísmo, budismo e islamismo; comecei a ser profundamente desafiado no que diz respeito à minha própria religião e a me perguntar qual era, em essência, a diferença entre o cristianismo e estas religiões pagãs. Elas tinham seus livros e escrituras sagradas. Todas elas tinham seus ideais elevados e seus mandamentos, de acordo com os quais seus seguidores tentavam viver. Um hindu colocaria, prontamente, uma figura ou imagem de Cristo entre seus deuses e permaneceria um hindu devoto. Havia alguma diferença fundamental entre estas religiões e o cristianismo? Ou todas as religiões eram realmente iguais?
Um pouco de luz
Nessa época, comecei a enxergar, gradualmente, a luz. E tenho de admitir que comecei a enxergá-la ainda quando estava na Igreja Católica. Aproximava-me do final dos estudos teológicos, mas, com certeza, não era deles que eu estava recebendo a luz, nem dos meus professores, nem das minhas rezas e, menos ainda, da minha obediência ao papa — posso assegurar-lhe isso. Os meios que Deus estava usando eram a leitura e estudo da Bíblia, a sua Palavra. Mesmo antes de enxergar a luz, eu havia sentido atração pela Bíblia, algo puro e verdadeiro, algo que falava ao meu coração e podia ser entendido, algo que era mais do que simplesmente humano. Então, prossegui na leitura e estudo da Bíblia, fazendo-o com muita atenção; e, conforme o fazia, comecei a perceber que a diferença básica entre o cristianismo e as religiões pagãs está não em mandamentos e doutrinas, e sim na pessoa de Jesus Cristo. Comecei a meditar no que a Bíblia dizia sobre Jesus e sua obra redentora. E, à medida que fazia isso, Ele começou a se tornar mais e mais real para mim. Pouco a pouco, Cristo se tornou o Sol que resplandecia no horizonte de minha vida. Embora ainda guardasse muito das doutrinas católicas, algo maravilhoso estava acontecendo comigo.
Após a ordenação
Em 1964, após a ordenação, fui enviado novamente ao Ceilão; agora, como padre. Fui enviado a uma cidade no centro da ilha, a fim de ministrar para alguns catequistas católicos uma série de palestras sobre a Bíblia, pois meus superiores conheciam o meu interesse na Bíblia e sabiam que eu a havia estudado de modo especial. Durante esse período, visitei a igreja evangélica da cidade. Eu já tinha visto aquela pequena igreja, mas sempre a desprezava. Em suas proximidades, havia uma grande e imponente igreja católica. Eu costumava pensar: o que esses insignificantes protestantes pensam que podem fazer? Se os pagãos tiverem de ser convertidos, será por meio da grande Igreja Católica Romana. No entanto, nesse dia, em especial, senti o impulso de entrar naquela igreja. Talvez o novo movimento ecumênico me tenha feito sentir que agora devíamos ser gentis e amáveis com os “irmãos separados”. Evidentemente, eles ficaram surpresos, ao me ver entrar, mas, apesar disso, me receberam com muita gentileza e me deram alguns folhetos e livros. Não pude deixar de ficar impressionado pelo zelo e devoção daquelas pessoas. Alguns eram missionários suecos e os outros, crentes e obreiros do próprio Ceilão. Estavam fazendo uma campanha evangelística, distribuindo folhetos e convites nas ruas. Até as crianças, entre eles, ajudavam entusiasticamente na tarefa. Eu nunca tinha visto tal zelo na Igreja Católica. Também percebi que eles tentavam me converter.
Comunhão pessoal com Cristo?
Um dos panfletos que me deram interessou-me sobremaneira. Era um periódico devocional chamado The Herald of His Coming (O Arauto da Sua Vinda), hoje publicado em muitos idiomas diferentes, incluindo uma edição em italiano, publicada em Roma. Os artigos daquele periódico constantemente se referiam ao novo nascimento, a uma entrega pessoal a Cristo e a uma nova vida, pautada na comunhão com o Senhor Jesus. Na teoria, eu já sabia dessas coisas, mas ali elas pareciam tão vívidas, autênticas e pessoais. “Afinal de contas”, eu pensei , “é exatamente sobre isto que o evangelho fala; é isto mesmo que ele deveria ser”. Continuei a me encontrar com os evangélicos em várias ocasiões; eles me deram outros folhetos e livretes, alguns publicados pela Scripture Gift Mission (Missão de Doação das Escrituras — Missão SGM, no Brasil); e continuaram me oferecendo exemplares subseqüentes de The Herald of His Coming (O Arauto da Sua Vinda). Essa literatura foi um instrumento para aproximar-me do Senhor. Então, retornei à Índia por alguns meses, a fim de completar meus estudos teológicos. Ali, tive contato com outros evangélicos.
Mais algumas boas obras
Nesse ponto de minha vida, Deus começou a trabalhar de maneira mais notável do que antes. De modo crescente, eu sentia que tinha de voltar à Itália. Ao mesmo tempo, outros fatos aconteceram. O governo do Ceilão decidiu que todos os missionários estrangeiros deveriam gradualmente ir embora do país; e, a princípio, recusaram-se a aceitar o retorno daqueles que estavam fora do país. Eu também não tinha permissão para permanecer na Índia, visto que, não sendo um membro do Commonwealth, minha licença permitia que permanecesse somente até completar os estudos. Nossos superiores decidiram nos mandar de volta a nossos países; assim, disseram que eu deveria me preparar para retornar à Itália. Antes de deixar o Ceilão, escrevi ao diretor da edição italiana de The Herald of His Coming (O Arauto da Sua Vinda), em Roma, dizendo-lhe que, embora fosse um padre católico, no espírito do movimento ecumênico, havia lido o jornal e gostado muito; e, ao retornar à Itália, desejava cooperar com eles, até onde fosse possível e compatível com minha função de padre.
Um professor de Bíblia
Em minha chegada à Itália, dois meses depois de estar em Nápoles, minha cidade natal, meus superiores mandaram-me para Roma, a fim de me tornar especialista em Bíblia. Eles sabiam que na Índia eu havia demonstrado grande interesse nas Escrituras e que ansiava por conhecê-las melhor. As autoridades católicas pensavam que a Bíblia poderia ser um elo de ligação com as igrejas protestantes, no movimento ecumênico. Portanto, fui enviado àquele que era, na realidade, o mais importante Instituto Bíblico Católico, em Roma. Reconhecendo isto como um grande privilégio e honra, quando cheguei em Roma, decidi que não me relacionaria mais com os evangélicos ou protestantes. Não desejava colaborar com eles ou mesmo com The Herald of His Coming (O Arauto da Sua Vinda). Agora, pretendia dedicar-me totalmente ao estudo da Bíblia e preparar-me para o futuro ministério. Definitivamente, eu não tinha tempo para ter qualquer assunto com os protestantes.
Obviamente, esta foi a justificativa que apresentei; mas, considerando o passado, agora posso reconhecer que a verdadeira justificativa era o profundo sentimento de que, se me encontrasse com eles, teria de tomar uma decisão; e tal perspectiva me deixava atemorizado.
Tentando pregar o evangelho
Prossegui em meus estudos e, ao mesmo tempo, recebi o pedido para ajudar como padre em uma igreja de Roma, onde eu pregava, aos domingos e nos dias santos, para um público de aproximadamente mil pessoas. Ouvia confissões e fazia todas as coisas pertinentes a um padre católico. Nos sermões, tentava pregar a mensagem do evangelho, e, durante as confissões, procurava oferecer verdadeira ajuda e conselho espiritual, com o objetivo de falar-lhes sobre o novo nascimento. Senti a responsabilidade e a importância desses contatos íntimos e pessoais; pensei que, além de conversar com eles, seria bom dar- lhes algo que pudessem ler em casa. Para mim, era claro que precisaria de um livrete, publicado em italiano e muito simples. Também era importante que eu pudesse oferecer- lhes gratuitamente, de modo que aceitassem sem dificuldades. Meu problema era onde conseguir tais livretes.
Então, pensei nos livretes e folhetos que recebera na Índia e no Ceilão, especialmente nos livretes publicados pela Scripture Gift Mission (Missão de Doação das Escrituras — Missão SGM, no Brasil). Comecei a perguntar-me onde poderia achar alguma coisa do mesmo tipo publicada em italiano. Lembrei-me de uma feira permanente de livros, em uma das praças de Roma, onde livros de todos os tipos eram expostos e vendidos. Na feira, havia uma barraca onde um crente vendia Bíblias, livros evangélicos e folhetos. Na primeira oportunidade, fui a esta praça e encontrei a barraca, olhei para os livros e perguntei ao dono se ele tinha algum livro ou folheto do tipo que eu queria. Ele respondeu que tinha, mas que não poderia me fornecer muitos. “No entanto, ao virar a esquina”, ele disse, “você encontrará uma livraria evangélica onde poderá obter a quantidade necessária e escolher o que desejar”.
A princípio, hesitei um pouco, mas acabei dirigindo-me à livraria, com o pensamento de que, afinal de contas, era apenas uma livraria e que eu poderia fazer meus negócios e sair rapidamente. Ao entrar, fui recebido gentilmente pelo responsável. Havia grande variedade de folhetos. Escolhi aqueles que julguei serem os mais apropriados. Enquanto o homem os embrulhava, conversamos e mencionei que havia sido missionário na Índia e no Ceilão.
Abrindo-me para a verdade
Naquele momento, percebi que algo estranho parecia estar acontecendo. O homem e sua esposa olhavam para mim e, depois, um para o outro. Trocavam olhares e algumas palavras. Por isso, pensei que deveria haver algo errado em minha roupa preta. Ele me perguntou: “Qual é o seu nome?” Respondi: “Bem, meu nome é Edoardo Labanchi”. “Ah!”, ele replicou, “então, você é o homem”. Pensei comigo mesmo: o que ele queria dizer com tais palavras? Eu nem os conheço.
No entanto, havia uma explicação — algo maravilhoso. Ele perguntou: “Tempos atrás, você escreveu uma carta para o diretor de The Herald of His Coming, aqui em Roma?” Respondi: “Sim, escrevi”. Mas pensei comigo mesmo: certamente, este homem não é o diretor de The Herald of His Coming. Não se parece com o editor de um jornal. Este não é o escritório de uma editora; tampouco é o endereço para o qual escrevi.
Como se aquele homem estivesse lendo meus pensamentos, ele prosseguiu: “Veja, sua carta foi enviada para cá. O diretor da livraria é o representante legal de The Herald of His Coming, também é um tipo de gerente-geral de muitas outras coisas; mas, na verdade, publicamos o jornal aqui. Eu sou o editor e estou com sua carta”. Ele me mostrou a carta e disse: “Veja, você afirma que gostaria de colaborar conosco”.
Deus me coloca contra a parede
Creio que, em nossa vida, há momentos em que sentimos que Deus está nos colocando contra a parede. Por um lado, era apenas uma seqüência de acontecimentos humanos; mas, naquele momento, senti que algo incomum estava acontecendo em minha vida. Senti que Deus desejava que eu tivesse contato com aquelas pessoas. A partir daquele dia, continuei a me encontrar com os amigos da livraria, onde também funcionava o Christian Service Center (Centro de Serviços Cristãos), a partir do qual muitas atividades evangelísticas eram realizadas. Também me convidaram, gentilmente, para assistir suas reuniões, que aconteciam nas casas. Participei com regularidade e conheci vários crentes. Isto enriqueceu imensamente minha vida espiritual; todavia, o mais importante é que começaram a orar por mim, não apenas na Itália, mas também na Inglaterra. Tinham amigos em muitos lugares, e propagou-se a notícia de que um padre católico se reunia com eles, naquele Centro, em Roma, e pediam orações em favor desse padre.
Fundamentado na Bíblia e em Cristo
Em 1966, no coração e na mente, eu já era um evangélico, ou melhor, Cristo se tornava mais e mais o alicerce de minha vida. Comecei a abandonar todas aquelas doutrinas e práticas católicas que eram contrárias ao evangelho. Ao mesmo tempo, estava ajudando a traduzir artigos para a versão italiana de The Herald of His Coming (O Arauto da Sua Vinda), mas ainda não atravessara todo o caminho da conversão. Naquela época, o Concílio Vaticano estava em evidência, e havia cada vez mais comentários sobre o movimento ecumênico. Pensei comigo mesmo: por que deveria deixar a Igreja Católica, pois somos praticamente a mesma coisa agora. Visto que todos nos uniremos, posso continuar trabalhando na Igreja Católica e ajudar na propagação do evangelho, enquanto permaneço no catolicismo.
Esta era a minha idéia, mas, depois de algum tempo, fiquei bastante desapontado com o Vaticano e o movimento ecumênico; por isso, questionei-me sobre o que fazer. Como você pode observar, minha posição era difícil. Eu não era aquilo que um católico chamaria de leigo ou religioso comum; era um padre ordenado que pertencia à mais importante ordem da Igreja Católica. Eu havia sido enviado a Roma para estudos especiais, e, naturalmente, meus superiores viam-me com bons olhos. Ao mesmo tempo, eu me sentia escravo de todas aquelas regras e doutrinas oficiais. Comecei a perceber que seria impossível permanecer naquele sistema por muito tempo, sem revelar o que eu realmente pensava no profundo do coração e sem comprometer minha consciência. Por algum tempo, tentei adaptar-me às circunstâncias, imaginando que poderia fazer o bem, embora permanecesse onde estava.
Eu costumava falar sobre Cristo e a salvação, referindo-me a Maria apenas como um exemplo a ser seguido. No entanto, a posição como padre me compelia a comprometer aquilo que eu sabia estar certo. Estava ciente da decisão que tinha de tomar, embora tentasse adiá-la. Então, o próprio Senhor me fez ver que precisava agir e fazer imediatamente o que tinha de ser feito. Lembrei-me do que Elias disse ao seu povo: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos?” (1 Reis 18.21.) Na verdade, foi neste ponto que Deus interviu e me deu forças. Apesar de meus pensamentos, procurei os amigos da livraria e disse-lhes: “Decidi abandonar a Igreja Católica Romana, e, se vocês acham que devo fazer isso, gostaria de ajudá-los no trabalho que vocês realizam aqui no Centro, em Roma”. O Sr. Torie foi pego de surpresa pela minha decisão, embora a estivesse esperando há algum tempo. Alguns dias depois, abandonei minha Ordem.
Vida nova em Cristo
Nas palavras finais, desejo enfatizar que o importante em minha história, e na história de outros que andaram por um caminho semelhante ao meu, não é que abandonamos a Igreja Católica, uma organização ou mesmo uma religião. O mais importante é que encontramos vida nova em Jesus Cristo. Ainda tenho um longo caminho a percorrer e posso dizer, utilizando as palavras do apóstolo Paulo: “Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição” (Filipenses 3.12). Todavia, agora estou certo de que aconteceu algo em meu íntimo, quando recebi a Cristo como meu Senhor e Salvador, o Cristo que morreu em favor de meus pecados. Eu me tornei uma nova criatura. Paulo disse: “E ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé” (Filipenses 3.9). No passado, estudei a Bíblia apenas sob um ponto de vista técnico, como meus professores e companheiros o faziam no Instituto Bíblico. Agora, porém, o estudo das Escrituras obteve novo significado, um significado que não provém do simples estudo humano, mas, como estou absolutamente certo, provém do alto.
Minha vida não tem sido fácil, desde que abandonei a Igreja Católica, e estou certo de que não o será. “Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé; para o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte; para, de algum modo, alcançar a ressurreição dentre os mortos” (Filipenses 3.7-11).
Deixei de lado, espontaneamente, todos os benefícios materiais e honras que poderia obter na Ordem dos Jesuítas. Todas as glórias, deposito-as com alegria aos pés de Jesus, assim como minha vida, meu tempo e outros talentos, a fim de que Ele me use como quiser. Agradeço a Jesus Cristo, meu Senhor, pois, embora eu tenha blasfemado contra Ele, anteriormente, e O tenha perseguido e insultado, obtive sua misericórdia, pois fiz tudo isso por ignorância e incredulidade.
Edoardo Labanchi
O irmão Labanchi vive em Grosseto (Itália). Em sua igreja local, mantém um ministério chamado Centro de Estudos Teológicos, em Grosseto. Está envolvido em muitos outros centros similares por toda a Itália. Traduziu e publicou a versão italiana deste livro. Embora seja um acadêmico, palestrante e escritor, também realiza evangelismo nas ruas.
Seu endereço é: Centro Studi Teologici
Via Del Commendone 35 a-b, 58100
Grosseto, Itália
Telefone: (0564) 451.025 Fax: 453.392