Por Richard Bennett

A beatificação de João Paulo II por Bento XVI em 1 de Maio de 2011 aspira ser “um evento histórico sem precedente”, declarou o diretor do jornal do Vaticano L’Osservatore Romano[1].

O “Decreto para a Beatificação de João Paulo II” declara que:

A proclamação de um Santo ou Beato pela Igreja é o fruto da reunião de vários aspectos concernentes a uma pessoa específica… a condição sine qua non é a santidade da vida da pessoa, verificada durante os procedimentos canônicos formais precisos[2]

O comunicado oficial, anunciando a beatificação, fez também alusão à “grande fama de santidade desfrutada pelo Papa João Paulo II durante sua vida, sua morte e após sua morte.”[3] Em fato, continua a existir uma admiração geral e grandiosa pela vida e as realizações de João Paulo II. Em termos de aclamação mundial, tem sido muito difícil, na história recente, encontrar alguém que se iguale a ele. O mundo Católico aspira para logo sua proclamação como beatificado, e muitos outros concordariam com isso. No entanto, estariam eles certos? É João Paulo II bendito aos olhos de Deus? Está a suposta inviolabilidade e santidade atribuída a João Paulo II de acordo com aquilo que a Bíblia ensina?

Indicador objetivo da santidade de João Paulo II

O Senhor enfatizou que a verdade Bíblica é o fundamento da santidade. Ele declarou: “Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra…”[4]

Consequentemente, é responsabilidade daquele que alega ser discípulo de Cristo guardar Sua Palavra. Em fato, a marca autêntica da santidade é uma estima total por Sua Palavra. O Senhor assim descreve, “mas para esse olharei, para o pobre e abatido de espírito, e que treme da minha palavra.”[5]

Possuía João Paulo II um respeito absoluto pela Sagrada Escritura, a Bíblia? Não, foi exatamente o oposto. Em seu papel como Papa, ele publicou o Catecismo da Igreja Católica, o primeiro catecismo universal da Igreja Católica em muitos séculos. Neste catecismo ele declarou o seguinte:

Daí resulta que a Igreja [Católica], a quem está confiada a transmissão e interpretação da Revelação, ‘não tira só da Sagrada Escritura a sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas. Por isso, ambas [Escritura e Tradição] devem ser recebidas e veneradas com igual espírito de piedade e reverência’[6]

Este ensino de João Paulo II iguala a Escritura (Bíblia) com a Tradição. Jesus Cristo repreendeu continuamente os Fariseus porque eles também, semelhantemente, colocavam suas tradições em pé de igualdade com a Escritura. Cristo os condenou porque eles tentavam corromper o próprio fundamento da verdade ao equiparar suas tradições com a Escritura.[7] João Paulo II cometeu o mesmo erro, e assim, ele cai debaixo da mesma condenação. O Senhor Jesus Cristo mostrou claramente que a Palavra de Deus escrita, somente, é a base única da verdade. Ele declarou “Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade.”[8] É por isso que Ele comanda que nada seja adicionado à Palavra e nada subtraído dela. Por consequência, para o cristão, a Sagrada Escritura somente é o padrão da verdade. João Paulo II tentou corromper esta base absoluta da verdade estabelecida por Deus somente; consequentemente, ele deve ser reconhecido como um falso mestre.

Colhendo de sua fundação corrompida

Foi possível, para João Paulo II como um Papa, a partir de uma fundação corrompida, estimar a si mesmo dotado do atributo divino da infalibilidade. Ele declarou publicamente que,

Desta infalibilidade goza o pontífice romano, chefe do colégio episcopal, por força do seu ofício, quando, na qualidade de pastor e doutor supremo de todos os fiéis […] proclama, por um ato definitivo, um ponto de doutrina respeitante à fé ou aos costumes[9]

Sua reivindicação de “infalibilidade”, um atributo divino, prova de modo inequívoco que ele adentra a categoria de falso mestre. Isto também implica que ele viu a si mesmo como inspirado por Deus.[10] Essa é uma arrogância terrível, e adicionado a isso, ele declarou em seu Catecismo, “O Papa está revestido, por instituição divina, do poder supremo, plenário, imediato e universal para o governo das almas”.[11] Com essa asserção ele usurpou para si mesmo o poder outorgado ao Senhor Jesus Cristo unicamente. Assim, ele mostrou de modo efetivo, a partir de sua fundação corrompida, que ele não somente estava irremediavelmente enganado, mas que também propagou estes enganos no mundo inteiro. Deste modo, suas próprias reivindicações mostram que ele não possuiu santidade alguma diante do Deus de Toda Santidade, mas, o seu Catecismo mostra que, de fato, ele possuiu um orgulho terrível.

Não obstante, o mundo Católico deseja dar a ele veneração religiosa e adoração. Uma vez beatificado, João Paulo II receberá o título de “bendito” o que lhe garantiria o direito de veneração pública. Muitas pessoas, especialmente na Polônia, já o veneravam privadamente, mas a cerimônia tornará a veneração oficial. Certamente, muitas pessoas voluntariamente “venerariam” ou adorariam João Paulo II, uma vez que lhes fora ensinado que tal ato é moralmente correto – uma vez que seja aprovado pelo Papado.

Antigo pecado encorajado

Esta nova e mais recente entrada à necromancia simplesmente garantiu que os enganos ensinados por João Paulo II continuassem a render muitos frutos maléficos. Em fato, oficialmente, em seu Catecismo, ele encoraja o ser humano a entrar em contato com os mortos. Ele ensinou publicamente que,

A comunhão com os defuntos […] A nossa oração por eles pode não só ajudá-los, mas também tornar mais eficaz a sua intercessão em nosso favor. Podemos e devemos pedir-lhes que intercedam por nós e por todo o mundo.[12]

Suposta comunhão com os mortos e deificação dos mortos são coisas que tem ocupado lugar proeminente em quase todo sistema de paganismo. Os mortos são consultados para prestar ajuda aos vivos, e este é o charme sedutor do oculto. A prática da comunicação com os espíritos dos que faleceram é pecaminosa, pois a Palavra do Senhor proíbe tal prática. “Entre ti não se achará… adivinhador… nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos…”[13] O ensino de João Paulo II, sobre a comunicação com os mortos é muito similar àquele encontrado nas páginas do ocultismo. Lembre-se que a oração feita a Deus é uma forma de adoração a Deus, e o Senhor Jesus comandou a adoração por meio da oração a Deus somente: “Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.”[14] Ele deu o comando obrigatório que a comunicação na adoração é devida a Deus somente e não deve ser dada a nenhuma criatura. “Eu sou o Senhor teu Deus…Não terás outros deuses diante de mim.”[15]

João Paulo II não simplesmente reconheceu e aprovou a “A comunhão com os defuntos”, ele também criou muitos outros personagens para serem contatados, e o fez com grande rapidez. Uma agência de notícias expressou isso nas seguintes palavras:

João Paulo II criou mais santos e beatificou  maior número de pessoas que todos os Papas reunidos. Até o momento, ele nomeou 477 homens e mulheres como santos, e beatificou outros 1.318, colocando estes últimos, como se assim fora, dentro dos limiares que antecedem a elevação final deles ao panteão celeste dos santos cristãos.[16]

Troca de méritos entre o crente e o “santo” morto

Durante seu período de vida, João Paulo II deu continuidade a seu ensino sobre os mortos, declarando a existência de uma permuta de santidade na expiação do pecado, que é compartilhada mesmo com os mortos no purgatório. Em seu Catecismo, ele declarou oficialmente,

Na comunhão dos santos, ‘existe, portanto, entre os fiéis – os que já estão na pátria celeste, os que foram admitidos à expiação do Purgatório, e os que vivem ainda peregrinos na terra – um constante laço de amor e uma abundante permuta de todos os bens’. Nesta admirável permuta, a santidade de um aproveita aos demais, muito para além do dano que o pecado de um tenha podido causar aos outros.[17]         

Deste modo, novamente, João Paulo II revelou-se não um bendito, mas para longe disso, vemos que ele em fato ensinou oficialmente heresias condenáveis. Em verdade factual, uma permuta abundante de tudo aquilo que a Escritura declara como bom acontece somente em Cristo.[18] Atribuir o papel de Cristo a seres humanos, incluindo os mortos, é uma contradição séria da verdade de Deus. A justiça perfeita de Deus, que é creditada ao crente pelo preço pago por Cristo, preenche o crente, novamente e novamente, de temor reverente, adoração e louvor ao Santo Deus – o Deus que proveu, Ele mesmo, a obra final e permanente da justificação quanto ao pecado. Crer ser possível uma imputação de justiça, ao pecador, fora de Cristo é algo absurdo e afrontoso em face da verdade bíblica.  Jesus mesmo disse, “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador.”[19]

A asserção de uma permuta de méritos entre o crente e “santos” mortos é uma insolência chocante contra a verdade bíblica de que Deus somente justifica o pecador. João Paulo II aumentou grandemente a lista de ídolos Católicos. Ao dar glória, honra e comunhão em oração – que somente a Deus é devido – aos espíritos de humanos falecidos, o Papa pecou flagrantemente contra o Senhor Deus e Seu primeiro mandamento. A proibição contida no primeiro mandamento inclui um reconhecimento de que Ele somente é Deus. Pondo assim nossas afeições completamente nEle somente.

João Paulo II, que praticou e calorosamente encorajou idolatria, terá oficialmente recebido seu lugar entre os ídolos católicos. O Papado faz pouco caso do fato de que um julgamento imutável terrível espera toda e cada pessoa que morre abraçando tais práticas proibidas. Para os Cristãos fundamentados na Bíblia, esta séria consideração deveria tornar o dia da declaração oficial, 1 de maio de 2011, em um dia de lamentação. É a nossa oração a Deus somente, que aqueles que ainda estão engolfados, ou estão sendo seduzidos para dentro destas práticas destrutivas sejam levados a Cristo Jesus pela proclamação do verdadeiro Evangelho.

A fé e a prática de João Paulo II

Como Papa, João Paulo II cria que possuía sacramentos capazes de santificar os corações e as almas de homens e mulheres.  No Código de Direito Canônico que ele revisou e republicou, ele declarou que uma pessoa nasce de novo pelo sacramento do Batismo.

O batismo, porta dos sacramentos, necessário na realidade ou ao menos em desejo para a salvação, e pelo qual os homens se libertam do pecado, se regeneram tornando-se filhos de Deus e se incorporam à Igreja, configurados com Cristo mediante caráter indelével, só se administra validamente através da ablução com água verdadeira, usando-se a devida fórmula das palavras.[20]

E então, pelo sacramento físico da Confirmação, ele reivindicou um derramar espiritual como o de Pentecostes. João Paulo II declarou:

“O efeito da Confirmação é a efusão especial do Espírito Santo, como no Pentecostes. Tal efusão imprime na alma um carácter indelével e traz consigo um crescimento da graça baptismal […]”[21]  A Confirmação completa a graça baptismal; ela é o sacramento que dá o Espírito Santo

[…]”[22]

Ele então alega que as pessoas têm seus pecados perdoados quando um padre católico pronuncia sobre elas as palavras, “E eu te absolvo dos teus pecados em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo”.[23] Em sua estimação, estas palavras seriam tão importantes, que ele insistiu que para se obter reconciliação com Deus a pessoa deve confessar a um padre todos os seus pecados mais sérios. A asserção exata autorizada pelo Papa foi a seguinte:

Aquele que quer obter a reconciliação com Deus e com a Igreja, deve confessar ao sacerdote todos os pecados graves que ainda não tiver confessado e de que se lembre depois de ter examinado cuidadosamente a sua consciência.[24]

O Papa João Paulo II cria que pelas palavras de consagração em uma missa católica, o pão e o vinho são literalmente transformados no corpo de Cristo – juntamente com Sua alma e divindade. Seu ensino oficial nesta questão é o seguinte:

Pela consagração, opera-se a transubstanciação do pão e do vinho no corpo e no sangue de Cristo. Sob as espécies consagradas do pão e do vinho, o próprio Cristo, vivo e glorioso, está presente de modo verdadeiro, real e substancial, com o seu corpo e o seu sangue, com a sua alma e a sua divindade.[25]

Este ensino oficial de João Paulo II levou o padre católico John O’Brien, a expressar seus pensamentos a respeito de como a consagração do pão e do vinho, pelo padre durante a missa, acontece. O’ Brien escreveu,

Enquanto que a Virgem Bendita foi a agência humana pela qual Cristo se tornou encarnado uma única vez, o padre, por sua vez, traz Cristo do céu para baixo, e o faz presente em nosso altar como a Vítima eterna pelos pecados do homem – e não uma vez apenas, mas milhares de vezes! O padre fala, e eis então! Cristo, o Deus eterno e onipotente, prostra a cabeça em humilde obediência ao comando do padre.[26]

Um ensino tão herético como esse, nega a natureza essencial da Encarnação. Cristo Jesus tornou-se encarnado uma única vez e para sempre, e Sua encarnação nunca se repete. Se o que João Paulo II e O’Brien criam fosse verdade, então, na mesma Missa “Cristo” seria desencarnado, uma vez que o participante houvesse fisicamente digerido e absorvido os elementos e estes não mais conteriam “Cristo”. Este ensino terrível é um insulto blasfemo, pois ataca a Cristo Jesus em Sua soberania, e engana as pessoas. João Paulo II chegou mesmo a reivindicar que poder emana de modo efetivo dos próprios elementos do sacramento da eucaristia. Assim, seu ensino oficial foi este: “Pela mesma caridade que acende em nós, a Eucaristia preserva-nos dos pecados mortais futuros.”[27]

Consequentemente, João Paulo II ensinou seu povo a olhar para algo material, como um meio de transmissão da graça de Deus; instruindo a pessoa a olhar para um objeto físico como se esse possuísse poder sobrenatural. Tal ensino está debaixo da maldição eterna alusiva a qualquer perversão do Evangelho de Cristo[28]. Propor uma ingestão oral da carne de Cristo já é algo suficientemente perverso, todavia o que João Paulo II ensinou foi muito pior. Ele declarou que tal ato “preserva-nos dos pecados mortais futuros”. Estas palavras ludibriantes de filosofia humana na verdade ensinam aquela prática antiga de recorrer a uma substância física de modo a adquirir vida.

O que torna esta doutrina ainda mais repulsiva é o fato de que este mesmo ensino, que fala a respeito de preservar de pecados sérios, é ele mesmo um pecado blasfemo. As crenças e práticas de João Paulo II foram realmente perigos letais. Ele apresentou coisas físicas como se essas fossem poderes em si mesmas e necessárias para a salvação. Assim, João Paulo II propôs os sacramentos físicos de sua igreja como os meios inerentes de obtenção da graça do Santo Espírito. Por consequência o seu ensino declara: “A Igreja afirma que, para os crentes, os sacramentos da Nova Aliança são necessários para a salvação. A ‘graça sacramental’ é a graça do Espírito Santo dada por Cristo e própria de cada sacramento.”29

Inculcar a dependência em sacramentos físicos em vez de fé direta no Senhor Jesus Cristo, este foi o esquema de João Paulo II. Isto desvia a fé da pessoa de Jesus Cristo e a põe em rituais alegados como poderes. Ele explicitamente chamou tais rituais de “poderes” ao declarar que os sacramentos são, “‘Forças que saem’ do corpo de Cristo, sempre vivo e vivificante […]”30 Verdadeiros crentes veem o poder de Deus proclamado no “evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê”31, cada um “Sendo justificados gratuitamente pela Sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.”[29] Assim, a fé e a prática de João Paulo II não era a fé e a prática de uma pessoa que é abençoada, bendita, aos olhos de Deus, em fato, foi totalmente o oposto.

O caráter de João Paulo II

O caráter de João Paulo II foi apresentado como resplendente em humildade e compaixão, fervorosamente buscando trazer paz e unidade ao mundo. Toda via, debaixo da fachada, havia um domínio ferrenho e severo sobre as pessoas em termos da lei. Assim como o Papa Gregório VII, no século XI, João Paulo II determinou-se a edificar um império construído através de leis meticulosas. Ele foi inflexível em seu esforço para atualizar as leis da Igreja Católica. Dês de os dias de Gregório VII, os Papas viram a necessidade de fazerem as leis da igreja inflexíveis antes de tentarem controlar seus subordinados e outros, pela compulsão – se necessário. Foi então que em 1983, João Paulo II revisou o Código de Direito Canônico de

  1. Ele adicionou outras leis àquelas que já existiam, tais como as seguintes: “A Igreja tem o direito nativo e próprio de punir com sanções penais os fiéis delinqüentes.”[30]

Um exame de suas leis adicionais mostra que elas são mais totalitárias que as leis do passado. Por exemplo, usando termos mais claros que os usados por qualquer seita, João Paulo II decretou a necessidade de se suprimir as faculdades inerentes do ser humano, e dadas por Deus, a saber, as faculdades da mente e da vontade. Sua lei declara que, “Não assentimento de fé, mas religioso obséquio de inteligência e vontade deve ser prestado à doutrina que o Sumo Pontífice […]”34 As consequências de não se submeter foram estabelecidas em suas leis, “Seja punido com justa pena: 1º Aquele que[…] ensina doutrina condenada pelo Romano Pontífice[…]”[31] João Paulo II também decretou penalidades especificas, “A lei pode estabelecer outras penas expiatórias, que privem o fiel de algum bem espiritual ou temporal e sejam conformes ao fim sobrenatural da Igreja.”[32]

Impondo maior controle sobre a Igreja Católica

João Paulo II sabia muito bem como fazer cumprir sua vontade por meio de leis. Foram poucas as atividades nas quais seu gênio foi mais evidente que nesta área. Não havia quaisquer restrições e averiguações contra seu poder absoluto e autoridade. No comentário oficial de seu Código de Direito Canônico encontra-se o seguinte,

O sistema governamental da Igreja difere profundamente da noção de equilíbrio de poderes. Em Fato as três funções estão estabelecidas no mesmo ofício… diferente do sistema Americano, a lei eclesiástica não surge da vontade do governado, nem a estrutura jurídica da Igreja depende de um sistema de freios e contrapesos (controle e averiguações) para manter sua efetividade… O Código promove este sistema através de uma estrutura hierárquica que é em si mais vertical que horizontal. Em última análise, o juiz mais elevado, o Papa, é também o legislador mais elevado e administrador[…][33]

A imposição da vontade de João Paulo II foi claramente vista em um artigo publicado no Catholic World Report intitulado “Roma Pronunciou-se – Novamente”(Rome Has Spoken – Again), o artigo declarou o seguinte,

“O Papa Move-se Para Suprimir Debate Liberal Sobre Problemas Internos Importantes”, foi a manchete do jornal New York Times em uma história de primeira página, advertindo ameaçadoramente da possibilidade de “castigo justo” contra os dissidentes… Em outra história de primeira página, o jornal Washington Post introduziu sua cobertura com o seguinte título, “Carta do

Papa Causa Discórdia, Dizem os Críticos”, o Jornal não vacilou ao

adicionar o subtítulo obrigatório sobre “Dissidentes sobre os Dogmas Correm Risco de Punição[…]”.[34]

E então, a fim de apressar a agenda ecumênica de João Paulo II, e para enlaçar os Evangélicos, Luteranos e Anglicanos a aceitarem o Catolicismo como uma forma válida de Cristianismo, o Vaticano anunciou que um pedido de desculpas pela Inquisição deveria ser feito. No entanto, durante uma missa aos 12 de Março de 2000, na qual tal pedido de desculpas deveria ser feito, João Paulo II meramente pediu perdão por mal feitos cometidos no passado por membros da Igreja. O fato, como ele sabia muito bem, é que indivíduos, membros da Igreja Católica não ordenaram o assassinato sistemático de crentes e o confisco de suas propriedades privadas durante os 605 anos da Inquisição. Mais exatamente, como Lord Acton, ele mesmo um Católico, observou, foi o “Papa em particular que causou e instigou os sofrimentos e perseguições, envolvendo-se detalhadamente nas maneiras minuciosas pelas quais os crentes deveriam ser torturados”. Deste modo, embora João Paulo II mostrava-se eminentemente piedoso, quando porem, alguém estuda suas leis, decretos, vereditos e feitos, faz-se claro que ele foi um déspota com poder ditatorial.

Advertências solenes são dadas na Escritura em alusão a tais aparências que ocultam pessoas maquiavélicas “[…] tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz.”[35] Como consequência do que meramente aqui é documentado, se faz claro que o caráter de João Paulo II não foi o de uma pessoa exaltada aos olhos de Deus, e nem o caráter de alguém que conheceu a Deus pessoalmente como Senhor e Salvador. Em verdade, ele é alguém que deve ser exposto, para que outros não venham a cair nos enganos e armadilhas que ele perpetrou no mundo Católico, Evangélico, e a todo aquele que lhe desse atenção.

Maldito aos olhos do Senhor Deus

É bastante evidente que João Paulo II não foi e não é bendito aos olhos de Deus. O que ele foi então? Em sua própria estimação, ele viu a si mesmo como a autoridade suprema e absoluta na face da terra. Pelo mesmo critério, aos 8 de Outubro de 2000, sob seu título assumido de Vigário de Cristo,[36] ele consagrou o mundo e o novo milênio à “Maria Santíssima”[37]. Por meio de um ato tão blasfemo como este, ele fez zombaria do Primeiro Mandamento. Por meio deste, e outros atos oficiais blasfemos, João Paulo II demonstrou quem ele verdadeiramente era. Evidentemente e de modo inequívoco ele satisfez a definição do texto de Tessalonicenses referente ao “homem do pecado”. [38] O mesmo João Paulo que, para si mesmo, assumiu os títulos de “Santo Padre” (Santo Pai) e “Vigário de Cristo” satisfez de um modo completo a definição de Anticristo dada pelo Apóstolo João, “Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? É o anticristo esse mesmo que nega o Pai e o

Filho.”[39] João Paulo II ao tomar estas designações de Santo Padre (Santo Pai) e Vigário de Cristo negou a ambos: o Pai e o Filho, e mais uma vez mostrou quem ele era. Mesmo em seu Catecismo ele tomou para si o oficio de Cristo, de domínio supremo e universal sobre toda a Igreja. Assim ele decretou, “Com efeito, em virtude do seu cargo de vigário de Cristo e pastor de toda a Igreja, o pontífice romano tem sobre a mesma Igreja um poder pleno, supremo e universal, que pode sempre livremente exercer.”[40]

João Paulo II foi o pior inimigo de Cristo, que por trás da pretensão de serviço a Cristo ousou depreciar os ofícios exclusivos de Cristo, ao tentar, de um modo flagrante, usurpar Sua posição e poder. Mais grave ainda, é o fato de que João Paulo II declarou de maneira inequívoca que há “uma abundante permuta de todos os bens” na assim chamada “comunhão com os defuntos” [41]. No mesmo parágrafo ele detalha, “Nesta admirável permuta, a santidade de um aproveita aos demais, muito para além do dano que o pecado de um tenha podido causar aos outros”. Isto é, em realidade, uma negação direta do Evangelho de Cristo. Não há nenhum registro conhecido no qual João Paulo II renunciou qualquer destas coisas. Porem, a Palavra de Deus escrita, que João Paulo tinha em sua posse como parte de sua base de autoridade, proclama, “Se alguém vos anunciar outro evangelho alem do que já recebestes, seja anátema” [42]. Esta deve ser a conclusão absolutamente grave e sombria da questão, i.e. diante do tribunal da absoluta Palavra de Deus João Paulo II mostrou a si mesmo maldito por suas próprias palavras. Assim, com a mais profunda preocupação, nós levamos o verdadeiro Evangelho àqueles que vivem debaixo do ensino condenável que este homem propagou.

A resposta de crentes que se fundamentam na Bíblia

Nós analisamos cuidadosamente as crenças e práticas de João Paulo porque o Senhor nos comanda a “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.” A nossa defesa da verdadeira fé bíblica deve ser com piedade e discernimento.[43] Como o Senhor nos disse “no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.”[44] Nele, somos comandados a “havendo feito tudo, ficar firmes…Estais pois firmes,”.[45]  Assim, nós temos total segurança de que o Senhor é conosco. A certeza do triunfo final deveria animar o nosso esforço e encorajar-nos em nossa batalha. Com grande confiança, fruto contínuo é esperado no serviço feito em Seu nome, como Ele nos instruiu, “esta é a vitoria que vence o mundo a nossa fé.”[46]

Em meio a ostentação espetacular cercando a beatificação de João Paulo II, o Senhor é apto a salvar, assim como Ele o fez, mesmo em meio ao esplendor da visita do Papa ao Reino Unido em Setembro de 2010.

Que a trombeta do Evangelho ressoe! Na autoridade da Escritura, que seja conhecido, que pecadores são justificados por meio da fé somente, em Jesus Cristo somente! E a Deus somente seja a glória! O comando do próprio Senhor é um chamado claro e inequívoco, “A obra de Deus é esta: que creiais naquele que Ele enviou.”[47] “Arrependei-vos e crede no

Evangelho.”[48] Onde há verdadeira fé e o amor do Senhor, há, mesmo no meio de todas as aflições, um gozo indizível e cheio de glória. Deus é o único Santo Pai, o Santíssimo. Sua santidade é o fator distintivo em todas as Suas características essenciais. Esta é a razão pela qual nós devemos estar em uma posição justa e reta diante daquele que é o único Deus de toda Santidade, e isso nos termos prescritos por Ele. Volte-se a Deus em fé somente, em Cristo somente, para a salvação que Ele somente dá por meio do Santo Espírito que nos convence do pecado e nos leva ao arrependimento e fé baseado na Morte de Cristo e Sua ressurreição pelos Seus. Creia nEle somente, “para louvor e gloria da Sua graça”[49]


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Tradução do original Inglês por: Ábner E. A. Araújo


[1] http://www.zenit.org/article-31523?l=english 24/01/11

[2] http://www.zenit.org/article-31460?l=english  24/01/11 (Tradução livre)

[3] http://www.zenit.org/article-31450?l=english 18/01/2011

[4] João 14.23

[5] Isaias 66.2

[6] Catecismo da Igreja Católica Parágrafo 82.

(http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p1s1c2_50-141_po.html)    II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Dei Verbum, 9: AAS 58 (1966) 821.

[7] Marcos 7. 13. “… Invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós       ordenastes. E muitas coisas fazeis semelhantes a estas.”

[8] João 17.17

[9] Catecismo da Igreja Católica Parágrafo 891.

II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, 25: AAS 57 (1965) 30: cf. I Concílio do Vaticano, Const.

dogm. Pastor aeternus, c. 4: DS 3074.

[10] Nas palavras de 2 Tessalonicenses “se levanta contra tudo o que se chama Deus”.

“levanta” também pode significar “no lugar de” ou “tanto quanto”.

[11] Catecismo da Igreja Católica Parágrafo 937.

II Concílio do Vaticano, Decr. Christus Dominus, 2: AAS 58 (1966) 673.

[12] Catecismo da Igreja Católica Parágrafo 958 e Parágrafo 2683 respectivamente.      II Concílio do Vaticano,Coast. dogm. Lumen Gentium, 50: AAS 57 (1965) 55.

[13] Deuteronômio 18.10-11

[14]  Mateus 4.10

[15] Êxodo 20.1-2

[16] http://sify.com/news/international/fullstory.php?id=13285712 em  28/10/03  (Tradução livre)

[17] Catecismo da Igreja Católica Parágrafo 1475.

Paulo VI, Const. ap. Indulgentiarum doctrina, 5: AAS 59 (1967) 12.

[18] Efésios 1.7 “Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça…”

[19] João 10.1

[20] Código de Direito Canônico Parágrafo 849.

 http://www.paroquia-sagradafamilia.org/textos/codigodediretocanonico.pdf       http://www.legiomariae.kit.net/Canais/CDC.htm      http://www.scribd.com/doc/3119562/Codigo-de-Direito-Canonico-1983.

[21] Catecismo da Igreja Católica – Compêndio. Parágrafo 268. Qual é o efeito da Confirmação? [1302-1305, 1316 – 1317]

[22] Catecismo da Igreja Católica Parágrafo 1316

[23] Catecismo da Igreja Católica Parágrafo 1449

[24] Catecismo da Igreja Católica Parágrafo 1493

[25] Catecismo da Igreja Católica Parágrafo 1413

[26] John A. O’Brien, The Faith of Millions: p. 256. (Tradução livre).

[27] Catecismo da Igreja Católica Parágrafo 1395.

[28] “Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.” Gálatas 1.9.  29 Catecismo da Igreja Católica Parágrafo1129.

Cf. Concílio de Trento, Canones de sacramentis in genere, can 4: DS 1604. 30 Catecismo da Igreja Católica Parágrafo 1116.    Cf. Lc 5, 17; 6, 19; 8, 46. 31 Romanos 1.16

[29] Romanos 3.24

[30] Código de Direito Canônico 1311 34 Código de Direito Canônico 752

[31] Código de Direito Canônico 1371, Parágrafo 1

[32] Código de Direito Canônico 1312, Parágrafo 2

[33] The Code of Canon Law: A Text and Commentary, James A. Coriden, Thomas J. Green,       Donald E. Heintschel, eds. (Mahwah, NJ:  Paulist Press, 1985) p. 2. – (Tradução livre)

[34] Msgr. Michael J. Wrenn and Kenneth D. Whitehead in The Catholic World Report, August-      September 1998, pp. 44-52. – (Tradução Livre)

[35]  2 Coríntios 11. 13-14

[36] Catecismo da Igreja Católica Parágrafo 882

[37] “O momento culminante do Jubileu dos Bispos foi a missa concelebrada pelo Papa e os       Bispos na Praça de São Pedro no Domingo dia 8 de Outubro pela manhã. Dezenas de       milhares de fieis reunidos para a liturgia sagrada, concluída com o Ato de Consagração à      Maria Santíssima” (Tradução livre). 

“The culminating moment of the Jubilee of Bishops was the Mass concelebrated by the Pope and       Bishops in St Peter’s Square on Sunday morning, 8 October.  Tens of thousands of the faithful      gathered for the sacred liturgy, which concluded with the Act of Entrustment to Mary Most Holy.”

L’Osservatore Romano Weekly edition in English, 11 October 2000.htm

[38] 2 Tessalonicenses 2. 3-4. “Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que       antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, O qual se opõe, e se        levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no       templo de Deus, querendo parecer Deus.”

[39] 1 João 2.22

[40] Catecismo da Igreja Católica Parágrafo 882

[41] Catecismo da Igreja Católica Parágrafo 1474

[42] Gálatas 1.9

[43] Judas 3, 22

[44] João 16.33

[45] Efésios 6. 13-14

[46] 1João 5.4

[47] João 6. 29

[48] Marcos 1.15

[49] Efésios 1.6

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