Caros amigos,

Papa Bento XVI visitará a Grã-Bretanha nos dias 16 a 19 de Setembro. Líderes governamentais e eclesiásticos já dão as boas vindas ao evento que se aproxima. É significante perceber que a visita de Bento XVI acontece após o Tratado de Lisboa ter entrado em efeito na União Européia no dia 1de Dezembro de 2009. Uma das características principais deste tratado é o fato de que ele “introduz um indivíduo único como personalidade jurídica da União”. Por consequência desta mudança a Grã-Bretanha tornou-se, em grande proporção, subordinada à entidade legal da União Européia. E agora em nossa época, 477 anos após o Rei Henrique VIII ter iniciado o conflito com o Papado, o Papa vem em visita oficial a Grã-Bretanha como cabeça de um Estado civil soberano (Vaticano) para dirigir-se à sociedade civil Britânica em ambas as câmaras do Parlamento Britânico. Igualmente importante é o fato de que ele também vem, não somente como chefe civil de um Estado, mas como o cabeça da Igreja Católica Romana, com o intento de restabelecer o Catolicismo Romano como a religião da Grã-Bretanha. Este evento iminente deve ser visto em seu contexto próprio, e é isto que fizemos neste artigo intitulado “O Papado Determinado a

Recapturar a Inglaterra”. Por favor, tornem este artigo disponível a outras pessoas. Obrigado.

O Papado Determinado a Recapturar a Inglaterra

“O trabalho de John Henry Newman gera frutos”

Por: Richard Bennett

Já são mais de 477 anos dês de 1538, ano em que o Rei Henrique VIII divorciou-se de sua primeira esposa, a espanhola Católica Catarina de Aragão, para casar-se com Ana Bolena. O respeitado historiador Merle d’ Aubigne contextualiza o divórcio de Henrique VIII,

“A conquista da Grã-Bretanha cristã pelo papado ocupou todo o século VII… o século XVI foi o oposto do século VII. O esforço agonizante que a Inglaterra do século XVI precisou sustentar para se libertar do domínio que a havia escravizado por novecentos anos foi… a obra positiva da Reforma Protestante – obra essa que consistiu da recuperação da verdade e vida já de muito perdidas… No que se refere à obra antagonista – a luta tremenda com o papado… o ponto central nesta disputa não foi o divórcio (incidente que somente proveu a oportunidade), mas a disputa em si e suas importantes consequências. O divórcio de Henrique Tudor e Catarina de Aragão é um evento secundário; porem, o divórcio da Inglaterra e o papado é um evento primário, um dos grandes divisores de águas da história…” [1]

O Rei Henrique VIII desejava uma igreja que lhe concedesse o desejado divórcio. Ele também buscava liberdade financeira da Igreja de Roma. Toda via, no ano de 1529, o Cardinal Wolsey juntamente com seu clero exerciam grande poder em toda a Inglaterra ao ponto de desafiar o próprio Rei Henrique. Por consequência, tornou-se o plano de Henrique VIII liberar o clero inglês da autoridade do Papa e trazer aquele para baixo de sua autoridade como Rei. Porem, isto não poderia acontecer simplesmente através de um simples ato de autoridade real, devido a princípios constitucionais e governamentais que já haviam sido estabelecidos. Por conta disso o clero, por sua conta, deveria libertar a si mesmo de sua servidão à Roma Papal.[2] De forma providencial, William Tyndale acabara de traduzir o Novo Testamento para a língua Inglesa, e por volta de 1526 mercadores Alemães da cidade de Antuérpia estavam importando o Novo Testamento para dentro da Inglaterra, sendo lido por muitos.[3] Assim a Inglaterra se preparava para lançar por terra o jugo Papal Romano e adorar a Deus com liberdade bíblica verdadeira.

Toda via, enquanto que por um lado Henrique VIII rompeu politicamente com a Roma Papal, por outro lado ele nunca rompeu completamente com as doutrinas Católicas. Não obstante ele veio a perceber que poderia usar o movimento crescente da Reforma Protestante para fins políticos. E ao permitir que as verdades bíblicas do movimento da Reforma Protestante permeassem, até certo ponto, todas as camadas da sociedade, o clero poderia assim desatar-se dos dogmas Romanos e por consequência do controle dela. Mas nunca foi parte de seus planos que o clero se libertasse de seu próprio controle como o soberano da Inglaterra.

No correr dos eventos, o Rei Henrique VIII apontou Thomas Cranmer como Arcebispo de Canterbury[4]. Cranmer foi responsável por aquilo que é chamado de os “Trinta e Nove Artigos”. Doutrinas cristãs solidas foram embebidas nos “Trinta e Nove Artigos da Religião” que foi propagado logo após a morte de Henrique VIII[5], e oficialmente ratificado pela convocação inicial da igreja da Inglaterra em 1553, e mais formalmente em 1562. Os Artigos afirmaram que a Escritura somente é a autoridade final no que se refere à salvação, e salvação é em Cristo somente. Assim, os Trinta e Nove Artigos repudiam ensinos e práticas da Igreja Católica.

Dês de o rompimento da Inglaterra através de Henrique VIII de sua servidão ao Papa, o vaticano tem demonstrado grande dedicação em sua intenção de minar as influências religiosas e políticas da Igreja Anglicana, bem como de seu monarca. A visita Papal à GrãBretanha, proposta para Setembro de 2010, é parte desta diretriz centenária da Igreja Católica. Ao escolher elevar John Henry Newman ao estado de beato[6], em um evento eclesiástico Católico Romano completo durante sua visita, o Papa Bento XVI arquiteta uma grande ofensiva para demonstrar visivelmente ao mundo que a Grã-Bretanha está sendo trazida de volta ao cativeiro Católico Romano. Assim o Papado estaria em uma posição bem mais favorável para influenciar políticas sociais na Grã-Bretanha, incluindo o alistamento do governo civil, e assim pela força da lei civil impor política social Católico Romana sobre a população como um todo.

Re-emergência do Império Católico Romano

Mesmo contra o pano de fundo da re-emergência do Santo Império Romano, os quase quinhentos anos de luta entre a Inglaterra Protestante e o Papado não diminuiu. Em 1798, pouco mais de dois séculos atrás, o general de Napoleão removeu de seu trono em Roma o Papa de então, confiscou as propriedades da Igreja e deixou o Santo Império Romano agonizando em ruínas. Toda via o Papado em si, apesar da aparência, não foi destruído permanentemente como um poder religioso e civil, e usou o século dezenove e vinte para recuperar muito do terreno outrora perdido.

No dia 1 de Dezembro de 2009, o Tratado de Lisboa entrou em enfeito na União Européia (EU). O Tratado é considerado um passo extra na centralização do poder civil na União Européia. Uma das principais características do Tratado é que ele “introduz um indivíduo único como personalidade jurídica da União [Européia]” [7]. Consequentemente esta grande mudança, que age contra a soberania individual dos países membros, em grande medida reuniu todos os Estados e regiões debaixo de um novo relmo ou entidade legal ainda carregando o mesmo titulo de União Européia.

O império re-emergido possui um Papa

Sendo a Santa Sé uma nação soberana em seu próprio direito e não uma nação membro da Comunidade Européia ela não se coloca debaixo da jurisdição deste corpo de nações. Mesmo assim o Papa como cabeça da Igreja Católica Romana possui um grande nύmero de colaboradores confiáveis dentro das nações membro da União Européia. Assim faz-se claro que o Santo Império Romano re-emergido possui o seu Papa[8]. Estes colaboradores, que se identificam primeiramente como Católicos Romanos, são requeridos da parte do Papado que “evangelizem” através da promoção de políticas sociais Católico Romanas. Desta maneira o Papa mantém imenso poder político e espiritual dentro da Comunidade Européia.

Com o Tratado de Lisboa em força, há efetivamente uma re-emergência do papado como um poder político-religioso coesivo, ao qual se é dado a oportunidade de aumentar sua posição no cenário Ocidental. Menos de quatro meses após a ratificação do Tratado, aos 16 de Março de 2010, a Rainha Elizabete da Grã-Bretanha anunciou que “a convite de sua majestade a Rainha, Sua Santidade Papa Bento XVI prestará uma Visita Papal à Grã-Bretanha nos dia 16 a 19 de Setembro de 2010…” [9] O site Católico Romano, Zenit, apresenta detalhes completos, “Bento XVI visitará dias 16-19 de Setembro. Governo e lideres da Igreja dão as boas vindas ao evento. Em uma conferência conjunta da imprensas, os líderes de Estado juntamente com representativos da conferência de Bispos da Escócia, Inglaterra e País de Gales sublinharam a visita do Papa como ‘uma oportunidade sem precedentes para fortalecer os laços entre a Grã-Bretanha e a Santa Sé em iniciativas globais, bem como o papel importante da fé em criar comunidades fortes. ’ Um comunicado de imprensa da Embaixada Britânica à Santa Sé reporta que esta é a primeira visita Papal oficial ao Estado, uma vez que a visita do Papa João Paulo II em 1982 foi uma visita pastoral. O pontífice… se dirigirá a sociedade civil Britânica no Salão de Westminster [onde estão ambas as câmaras do Parlamento].[10]

E agora em nossa época, 477 anos após o Rei Henrique VIII ter iniciado o conflito com o Papado vem o Papa como o cabeça oficial de um Estado civil soberano a dirigir-se à sociedade civil Britânica em ambas as câmaras do Parlamento no Salão de Westminster. De grande importância também é o fato de que ele vem como o cabeça da Igreja Católica Romana com o intuito de restabelecer o Catolicismo Romano como a religião da GrãBretanha.

Assim, de um modo astuto o Papa bento XVI escolheu usar a beatificação de John Henry Newman na Grã-Bretanha para promover controle tanto Político como religioso sobre a Igreja Anglicana. Que isto é realmente o que está acontecendo não pode ser negado a partir do estudo dos fatos referentes a John Henry Newman e o movimento de Oxford. Estes fatos são também suportados pela história da doutrina social Católica conforme evidente no “Compêndio de Doutrina Social da Igreja” do Vaticano, documento do Concílio Vaticano II que lidou com o ecumenismo e outros inumeráveis acordos ecumênicos falsos dês de o Conselho Vaticano II. Somando-se a isso houve o chamado do Papa em Junho de 2009 para a formação de um ‘super-corpo’ governamental sobre as Nações Unidas (UN) para enforçar de um modo global as políticas sociais das nações Unidas, políticas essas que em essência são na verdade políticas sociais Católicas Romanas.      

Uma Vez na Grã-Bretanha o Papa visitará Primeiro a Escócia

É de grande significância que a visita acontecerá exatamente quando dos 450 anos dês de que o Catolicismo, como religião do Estado, e a autoridade do Papa foram formalmente removidos da Escócia[11]. Toda via o jornal escocês de alcance nacional The Scotsman declarou ainda que “Líderes da Igreja revelaram que o Papa usará sua visita para recordar a Grã-Bretanha de suas raízes católicas” [12]. Assim o aniversário Escocês dos 450 anos da abolição da autoridade Papal de seus domínios será desonrado com o Papa recordando a GrãBretanha de suas “raízes católicas”. Para ser mais preciso, a história registra que a Escócia possui raízes cristãs verdadeiras que datam dês de o período de Columba13. Em 563 na ilha de Iona, Columba fundou uma igreja e uma base para o treinamento de líderes para a evangelização da nação.

O Palco Mundial é Preparado para o Pontífice

A figura central de John Henry Newman deverá ser usada para encantar o mundo com toda a

pompa e ostentação cerimonial da Roma Papal em estilo glorioso completo. As cerimônias transmitidas pela TV culminarão com uma Missa pública em Conventry na qual o Pontífice beatificará John Henry Newman. O Papa realizará a segunda parte da canonização (ou passo para a santificação) do Cardinal Inglês, pela virtude da qual Newman será pronunciado “Bendito”. Em 1991, Newman, foi declarado “venerável”, que é o primeiro dos três estágios para se tornar um “santo” Católico. É algo de costume que beatificações sejam realizadas em níveis locais.

Bento II toda via, deseja especialmente e pessoalmente sublinhar o ensino de Newman, ensino que através dos anos tem sido à base do Vaticano para promoção de falso ecumenismo. A “reformulação doutrinária” de Newman e seu ensino sobre “revelação continuada” tem sido de particular influência. Papa Bento chama este ensino de “A hermenêutica da Continuidade”, explicando seu significado, “em uma palavra: seria necessário seguir não o texto do Conselho [Vaticano Segundo], mas sim seu espírito. Deste modo, obviamente, uma margem muito grande foi deixada aberta para a questão do como este espírito deveria ser definido subsequentemente, e assim espaço foi deixado para todo tipo de capricho.” [13] Desta forma, o conceito de Newman de “revelação continuada” da ao Papa liberdade de interpretação mesmo de seus documentos do Conselho do Vaticano.

O Espaço dado para tais manobras bíblicas e históricas é algo altamente perigoso. Esta conjectura ofensiva foi usada de modo particular por aqueles responsáveis pela formulação das Declarações Acordadas da “Comissão Internacional Anglicana Romano Católica” (ARCIC).[14] Este esforço ecumênico falso já alcançou grande sucesso. Muitos dos padres e membros da Igreja Anglicana já se submeteram a Roma Papal. O Papa ao elevar Newman ao estado de “bendito”, faz muito mais. Ele empenha-se seriamente neste século 21 para finalmente recapturar a Inglaterra protestante de volta ao aprisco da Igreja Católica Romana. Isto é a culminação daquilo que Newman mesmo decidiu realizar em meados do século XIX.

Quem Foi John Henry Newman?   

Alguns perguntam, “quem foi John Henry Newman e porque ele é importante?” É o gerente de produção do Software Católico ‘Logos Bible’ que responde,

“De sua juventude evangélica para sua liderança do Movimento Anglo-Católico de Oxford e dali para a aceitação e abraço do Catolicismo Romano, a Carrera de John Henry Newman foi marcada por genialidade e controvérsia. Seu envolvimento e suporte de movimentos evangélicos e liberais Católicos dentro da Igreja Anglicana durante seu tempo faz dele uma figura pivotal, de importância para o entendimento da Comunidade Anglicana de hoje…[15]

John Henry Newman nasceu em Londres no ano de 1801. Mesmo dentro dos círculos Anglicanos a família de Newman manteve fortes laços com a fé bíblica, fato este que exerceu influência considerável no início de sua vida religiosa. No Outono de 1816 ele passou por aquilo que parece ter sido uma conversão religiosa. O aspecto de sua mente neste período se tornou Evangélico e Reformado, e é significativo notar que ele cria até mesmo que o Papa era o Anticristo. Em Dezembro de 1816 ele foi recebido no Trinity College de Oxford, e em Junho do ano seguinte ele estabeleceu residência ali, e veio a graduar-se em 1821.

Desejoso de permanecer em Oxford ele estudou para se tornar um professor universitário no Oriel College, esta faculdade naquele período era reconhecida como o centro do intelectualismo de Oxford. Ele foi ali eleito como professor em 1822. Em 1824 foi ordenado ministro da Igreja Anglicana. Então, por sugestão de E. B. Pusey, que também era professor no Oriel College, Newman serviu como capelão da faculdade St. Clements em Oxford. Em sermões que Newmam pregou no período, ele corretamente distinguia entre justificação e regeneração. Toda via, por volta de 1825 a negação do conceito bíblico de justificação, bem como uma aceitação cada vez maior da noção anti-bíblica de retidão ou virtude interna, com inclinações para o sacramentalismo, se tornou algo aparente em Newman. Naquele ano ele escreveu em seu diário, “Eu creio; porem não estou certo, mas devo abandonar a doutrina da justiça imputada, e também aquela doutrina que sustenta regeneração sem o batismo.” [16]             Por volta de 1833 Newman já estava completamente persuadido a aceitar aquilo que ele viu como a herança Romano Católica da Igreja Anglicana, incluindo os dogmas Papais da justificação infundida e regeneração batismal. Isso teve suas consequências, como o historiador Anglicano Walter Walsh reconta a partir das cartas coletadas de Richard Froud e Newman,

“Cardinal Newman declara que ele sempre considerou o dia 14 de Julho ‘como o início do movimento religioso de 1833’. Poucos meses antes daquela data, Newman em companhia de seu amigo Richard Hurrell Froud… tinham visitado Monsenhor (posteriormente Cardinal) Wiseman em Roma. ‘Nós fomos introduzidos a ele… para descobrir se eles nos receberiam [para dentro da Igreja Católica Romana] em quaisquer termos para com os quais pudéssemos torcer nossas consciências, e descobrimos, para nosso grande pasmo,  que nenhum passo poderia ser tomado sem que engolíssemos o Conselho de Trento como um todo’. “durante esta jornada Newman ficou seriamente doente… e decidiu retornar para a Inglaterra… ele nos conta: ‘eu me sentei em minha cama e comecei a chorar violentamente. Meu servente… perguntou o que me afligia, eu só pude lhe responder isso: ‘eu tenho um trabalho a realizar na Inglaterra’. Que trabalho era aquele nós agora sabemos muito bem. Este trabalho foi o trabalho de Romanização da igreja Anglicana. ”[17]

Romanizando a Igreja Anglicana

Em Oxford, Newman juntamente com outros acadêmicos do “Alto Anglicanismo” (High Church) [18], (incluindo John Keble, Froud, William Palmer e E. B. Pusey) formaram uma associação secreta através da qual Newman começou a publicar numerosos panfletos muito efetivos na propagação de sua mensagem. Esta associação inicial ficou conhecida como o Movimento de Oxford e também chamada de Movimento Ritualístico. Walsh documenta o propósito do Movimento Ritualístico (ou movimento de Oxford) através do Union Review, uma de suas principais revistas trimestrais,

“O grande objetivo do Movimento Ritualístico, dês de seu nascimento em 1833, foi o de re-conexão Corporativa com a Igreja de Roma… Já em 1867 uma importante revista trimestral dos Ritualistas declarava que, em vez de se cortar as relações com Roma, ‘seria de maior valia para nós permanecermos trabalhando onde estamos – pois o que seria da Inglaterra se nós [Ritualista] deixássemos a igreja Anglicana? O Catolicismo a perderia…  pois é somente através da Igreja Anglicana que a Inglaterra poderá ser convertida ao Catolicismo.” 20

O mesmo artigo, referindo-se a essa unidade corporativa e visível com a Igreja de Roma declarou;

“Aqui está o verdadeiro coração e alma deste movimento; este é o centro de onde sua pulsação vibra, e de onde o seu sangue vital flui” [19] 

O mesmo propósito para a “unidade corporativa visível” é enfatizado nos documentos do Conselho Vaticano II e no “Compêndio de Doutrina Social da Igreja”. Enquanto que a estratégia usada para alcançar este mesmo objetivo nos Estados Unidos é um pouco diferente daquela originalmente usada na Igreja da Inglaterra[20], o falso movimento ecumênico formalmente anunciado no Conselho Vaticano II nos anos de 1960 tem executado o mesmo propósito – “unidade corporativa e visível” [21]. Este é o objetivo por trás da referência do Vaticano quanto ao propósito da visita Papal à Inglaterra, como sendo uma “oportunidade sem precedente para fortalecer os laços entre a Grã-Bretanha e a Santa Sé no… papel importante de fé em criar comunidades fortes [i.e.. Igrejas].”

Por anos Newman permaneceu dentro da Igreja Anglicana. Seu plano era transformá-la de maneira furtiva. Fez isso ao suprimir da congregação em que ministrava as grandes verdades da Escritura referente à Expiação, fé e obras e a graça gratuita de Deus. No lugar destas doutrinas, ele e outros em seu movimento começaram a inserir pouco a pouco os dogmas Romanos com suas bases em rituais em vez de ensinar as grandes doutrinas da Escritura somente[22]. A descrição furtiva e a trama por meio da qual Newman e seus associados realizaram seus objetivos justifica dar lhes o rótulo de ‘lobos em pele de ovelhas’

Newman Perverte o Evangelho

Em seu livro, Palestras Sobre a Doutrina da Justificação, originalmente publicado em 1838, Newman apresenta sua exposição do Evangelho. Ele antecipou a reaproximação entre posições Católicas e posições Bíblicas que aconteceria no diálogo ecumênico do século XX até o tempo presente. Seu ensino distorce e mina de um modo crucial a verdade pivotal – a verdade de que a Justiça de Deus no Senhor Jesus Cristo é outorgada ou creditada ao crente. Newman ensinou através destas palestras aquilo que o Jesuíta Sheridan definiu como a “síntese da justificação e regeneração” [23] Isto viria a ser uma característica distintiva do Newman transformado; ele agora negava aquilo que previamente sustentava. Assim ele escreveu em seu livro “Palestra sobre a Justificação”, “A Lei escrita no coração, ou a renovação espiritual, é a que nos justifica” [24]. Toda via, na Escritura, o Apóstolo Paulo declara o oposto, “Por isso nenhuma carne será justificada diante Dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.” [25]. A Lei em si nos convence e condena, mas nunca pode nos justificar. Como Martinho Lutero descobriu, e a Reforma Protestante confirmou que esta doutrina está no centro do coração do Evangelho.

Newman estava bastante ciente do significado legal da justificação. A mensagem apostólica do Novo Testamento é que Jesus Cristo morreu por nossos pecados, “foi feito maldição por nós” [26] “sofreu pelos injustos” [27]. Nas palavras da Escritura, “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados… Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós [Cristo]; para que nele fossemos feitos justiça de Deus.” [28] Deus colocou nossos pecados em Jesus Cristo por imputação, o justo pelo injusto. “Ele foi contado com os transgressores” [29]. É assim que Ele foi “feito… ser pecado por nós” Não havia nada nele digno de morte, mas tendo sido feito ser pecado por imputação Ele foi condenado pelo justo julgamento de Deus. Neste sentido foi justo e correto que Cristo devesse sofrer a justiça de Deus. Ele teve que ser tratado como se Ele fosse um pecador.

É nesta mesma base que Deus lida conosco. Ele credita a Justiça e retidão de Cristo ao pecador que crê. Ele declara aquele pecador como justo e reto na perfeita Justiça e retidão de Cristo, como é maravilhosamente declarado pelo Apóstolo, ”Sendo justificados gratuitamente pela Sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus [30].

Newman sabia da força deste argumento bíblico e não estava disposto a refutá-lo como muitos acadêmicos Católicos Romanos tentaram em vão por muitos anos. A despeito disto, ele mantinha que a palavra “justificar” significa o ‘fazer justo’, em vez de ‘o receber da imputação da justiça e retidão’. Neste ponto controvertido Newman alcançou o que pareceu ser uma síntese brilhante entre o ensino da Escritura e ensino do Catolicismo Romano.

Newman Forja uma Ferramenta para o Papado

Newman cria ter encontrado “um caminho mediatório”, ao qual ele chamou “via media”, entre o dogma Papal e a Escritura. Sua “doutrina reformulada” determinou que a criação e justificação são semelhantes. Assim, ele ensinou que exatamente como no início Deus disse “Haja luz, e houve luz” e assim como a Palavra de Deus e a obra de Deus estavam juntas na criação, assim acontece novamente na regeneração. ”[31] Tal ensino pode parecer ter uma forma de piedade em si, pois usa um exemplo Bíblico como modelo. É um ensino falso toda via, pois nega as declarações Bíblicas muitas vezes repetidas referente à justiça imputada.[32] Na justificação, Deus não cria justiça e retidão como substâncias: mais precisamente, Deus imputa justiça e retidão sem as obras. É como o Apóstolo declara, “bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a justiça sem as obras” [33]. Uma declaração de Deus é um pronunciamento e não um processo.

A astúcia Teológica enganosa de Newman torna possível depender-se dos sacramentos da Igreja de Roma para alguém ser ‘preenchido de bondade’ – como um posto de abastecimento onde a graça é canalizada para a alma. A tentativa de Newman de associar criação com justificação e assim ensinar justiça ou retidão subjetiva como fato é uma violação da Palavra de Deus escrita e infalível, e é engano grosseiro.

Newman o Batedor de Frente para recaptura da Inglaterra

Já em 1840 a suspeita de que Newman, ainda um ministro dentro da Igreja Anglicana, havia se tornado um militante do Catolicismo tornou-se quase que certa com a publicação de seu notório “Tratado 90”. Naquele tratado ele usa sofisma e casuísmo para argumentar que os Trinta e Nove Artigos (que declaram a posição bíblica da Igreja Anglicana sobre a salvação), se corretamente entendidos, eram compatíveis com a doutrina e dogma da igreja de Roma.  Embora os Trinta e Nove Artigos repudiem ensinos e práticas da Igreja Católica[34], este tratado usou de astúcia sutil em minar a identidade Reformada Protestante destes Artigos Históricos da Igreja Anglicana. Por exemplo, seção 5 da conclusão do Tratado 90 declara,

“Eles dizem que a Igreja possui autoridade em controvérsias, eles não dizem qual autoridade. Eles dizem que ela não pode enforçar nada alem da Escritura, mas não informam onde o remédio se encontra quando isso acontece. Eles dizem as obras antes da graça e da justificação são inúteis e pior, e que obras após a graça e justificação são aceitáveis, mas eles não se referem de modo algum às obras realizadas com a ajuda de DEUS, antes da justificação.” [35] 

Tal sofisma consistiu de uma negação grosseira do próprio princípio da autoridade da Escritura autônoma, e está claro que promove uma atitude argumentativa contra este princípio. Após o Tratado 90, tornou-se claro que Newman estava dedicado à defesa de doutrinas Papais. Ele foi oficialmente recebido na Igreja Católica em 1845 e ordenado como Padre Católico no ano seguinte.

Assim no século XIX, o Papado usou John Henry Newman como seu batedor de frente para subverter a Igreja Anglicana para o Catolicismo, e por meio disto colocou em movimento o desdobramento de um plano para reconquistar a Inglaterra e torná-la um País Católico.[36] Talvez pensemos que estas coisas soem como o som “de coisas muito distantes e batalhas do passado”. Toda via o Vaticano sempre pensa em termos de séculos. Bento XVI, um político hábil, entende que a Inglaterra perdeu seu estado Soberano em Dezembro de 2009 quando o tratado de Lisboa entrou em efeito. Pouca surpresa então que o segundo estágio da “beatificação” de Newman teve que esperar até agora.

Conclusão

A estratégia inteligente do Papa Bento XVI como cabeça civil de um Estado é de nenhum valor diante do Senhor Deus Todo Poderoso. Podemos estar sinceramente agradecidos que na suprema sabedoria de Deus Ele determinou um limite para a trama da Roma Papal. Ela será punida por sua rejeição contínua do senhorio de Cristo. Por enquanto, o povo de Deus não precisa ser enganado pelo espetáculo sedutor que será exibido diante do mundo em Setembro de 2010.

Todos sabemos que vivemos em dias difíceis, dias de apostasia. Em circunstâncias similares J. C. Ryle encorajou os crentes na Grã-Bretanha no século XIX a permanecerem firme e não ceder. Ele declarou,

“Esta é a igreja que realiza a obra de Cristo na terra. Seus membros são um pequeno floco e poucos em número, um ou dois aqui e dois três aculá, uns poucos neste distrito uns poucos naquele. Mas estes são aqueles que sacodem o universo; que transformam a sorte dos reinos por suas orações; esses são aqueles trabalhadores ativos no espalhar do conhecimento da religião pura e imaculada; estes são o sangue vital do país, o escudo, a defesa, o apoio e suporte de qualquer nação à qual eles pertençam.”

Assim o povo de Deus “batalha com diligência pela fé que uma vez foi dada aos santos,” [37] sabendo que “todo que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé.” [38]


Richard Bennett da página “Berean Beacon”

https://pt.bereanbeacon.org/

É concedida permissão por parte do autor para a cópia deste artigo, desde que a reprodução seja completa e sem quaisquer alterações no texto. Também é permitida sua divulgação na Internet sob as mesmas condições já especificadas.

Tradução do Original Inglês por: Ábner E. A. Araújo


[1] J. H. Merle d’Aubigne, The Reformation in England 2 Vols. (Banner of Truth Trust, 1962) Vol. I, pp. 337-8

[2] Para mais informações, veja D’Aubigne, Vol. II, pp. 55-56 (Original em Inglês)

[3] Devido à proibição por parte da Igreja Católica Romana da impressão da Bíblia em toda a Europa, em língua outra que não o Latim, a impressão da tradução de William Tyndale do Novo Testamento para a língua Inglesa foi a princípio realizado na Alemanha onde a Reforma (com Lutero) Já tomava maior força, e importada ilegalmente (dentro de sacos de farinha e sementes) para a Inglaterra. Nota do tradutor.

[4] O divórcio real da Inglaterra do papado Romano veio somente acontecer com o derramamento de sangue de mártires ingleses, incluindo o próprio Thomas Cranmer, conforme estes, em obediência as Escrituras serviam ao Senhor Jesus Cristo.

[5] Isto ocorreu no curto reinado do Rei Eduardo VI.

[6] Beatificação (do Latim beatus, abençoado) é o ato de atribuir o estatuto de beato a alguém. No catolicismo, é o reconhecimento feito pela igreja de que a pessoa a quem é atribuída se encontra no Paraíso, em estado de beatitude, e pode interceder por aqueles que lhe recorrem em oração, podendo também ser venerado por estes. A beatificação é considerada um passo no sentido da canonização (ser declarado santo Católico Romano).

[7] http://europa.eu/lisbon_treaty/glance/index_en.htm

[8] Veja o texto no nosso site, “Papal Rome and the European Union”

[9] www.royal.gov.uk  4/8/2010

[10] Veja nosso artigo “The Pope’s Plans on Organizing Political, Economic and Religious Activities Worldwide”.

[11] “Por volta de Agosto 1560, as forces francesas foram já haviam sido expulsas da Escócia por meio de ajuda enviada da Inglaterra, e a Rainha regente havia morrido, permitindo assim que um Parlamento Escocês livre se reunisse e formalmente abolir o papismo.” www.reformation-scotland.org.uk/…/john-knox-and-scottishreformation.php 6/1/2010.

[12]  Aos 17 de Março de 2010:  http://news.scotsman.com/glasgow/Holyrood-to-play–.6157450.jp 13 Missionário nascido na Irlanda no ano de 521 e faleceu na Escócia em 597.

[13] http://www.adoremus.org/1107BXVI_122205.html 6/9/2010

[14] A Comissão Internacional Anglicana Romano Católica foi estabelecida pelo Arcebispo de Canterbury Michael Ramsey e o papa Paulo VI em 1967. Seus termos de referência foram estabelecidos pelo Relatório de Malta no ano seguinte, e tem sido operado em duas fases: 1970-1981, e 1983-2005.

[15] www.facebook.com/note.php?note_id=338121888230  5/14/2010  Ênfase não contida no original.

[16] John Henry Newman, Autobiographical Writings, p. 203

[17] Walter Walsh, The Secret History of the Oxford Movement, Fourth Ed. (London:  Swan Sonneshine & Co., Ltd., 1898) p. 263.  Itálico no original.

[18] Alto Anglicanismo (High Church) é frequentemente usado para descrever aquelas paróquias ou congregações Anglicanas que usam de práticas rituais que na mente popular estão associadas como a Missa Católica Romana.  20 Walter Walsh, The Secret History of the Oxford Movement, Fourth Ed. (London:  Swan Sonneshine & Co., Ltd., 1898) p. 260-261.

[19] Ibid Walsh  p.261

[20] Veja artigo sobre falso ecumenismo em nossa página.

[21] Assim declara o Documento numero 42 do Conselho Pós-vaticano II, “Reflexões e sugestões referente ao Dialogo Ecumênicos” Vol. I, Sec. VI, II declara, “…dialogo não e um fim em si mesmo…não se trata de uma discussão acadêmica por si.” Mas sim, “dialogo ecumênico…serve para transformar modos de pensamento e comportamento e a vida diária daquelas comunidades [não-Católicas]. Desta maneira, o objetivo e preparar o caminho para a união da fé no seio de uma igreja única e visível.”

[22] Walsh, pp. 3-10.

[23] Thomas L. Sheridan, Newman on Justification, (Alba House, 1967) p. 108

[24] Newman, Lectures on Justification, p. 45

[25] Romanos 4.20

[26] Gálatas 3.13

[27] 1 Pedro 3.18

[28] 2 Coríntios 5. 19,20

[29] Isaías 53.12

[30] Romanos 3.24

[31] Newman, Lectures on Justification, p. 81

[32] Por exemplo, o Apostolo Paulo ensina onze vezes o conceito da imputação no capitulo quatro de Romanos somente.

[33] Romanos 4.6

[34] Por exemplo, eles negam o ensino referente a transubstanciação (Artigo 28), sacrifício da Missa (Artigo 31), ambos o pão e o vinho deveriam ser servidos a todos na Ceia do Senhor (Artigo 30), e que os ministros podem casar (Artigo 32).

[35] http://anglicanhistory.org/tracts/tract90/conclusion.html 1/16/2010

[36] Para um registro detalhado deste plano e seu meio de execução no século XIX, veja Walsh: The Secret History of the Oxford moviment.

[37] Judas 1.3

[38] 1 João 5.4

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