Por Richard Bennett e Robert Nicholson

Com o passar dos meses, a situação política mundial continua a se tornar mais instável. A Rússia de Putin tomou a Criméia da Ucrânia e o Oriente Médio continua submerso em brigas. Claramente, o instável equilíbrio global de poder e a impotência da ONU criaram uma oportunidade para Papa Francisco expandir seus próprios planos geopolíticos. Dessa forma, disfarçado de promovedor da paz, Francisco conseguiu usar a ocasião do 50º aniversário da visita do Papa Paulo VI a Israel, em 1964, para lançar sua mais recente ofensiva para o domínio papal em várias esferas. E é tendo isso em vista que devemos encarar a visita de Papa Francisco a Israel e Palestina em Maio de 2014, e seu subseqüente encontro de oração em Roma, no dia 8 de Junho.

Os fundamentos nos quais Francisco estabeleceu sua missão são falhos. Isto se tornou óbvio quando sua retórica diplomática não coincidiu com uma série de fatos bastante conhecidos. Por exemplo, ele declarou em sua saudação a Simon Péres, o presidente de Israel: “A pacificação exige…respeito pela dignidade e liberdade de toda pessoa humana.”[1]

Em seguida, ele disse que todos, judeus, cristãos, e muçulmanos, acreditam que cada pessoa foi criada por Deus e destinada à vida eterna. E, imediatamente, ele continuou com uma inverdade calculada quando disse: “Essa convicção comum nos permite buscar, com determinação, soluções pacíficas para toda controvérsia e conflito.”[2] Todos sabemos que essa chamada “convicção comum” não leva a nada disto. Ao invés disso, Francisco, com sua declaração, tacitamente fez vista grossa ao fato de que muçulmanos juraram morte a todos os judeus e a seu Estado. Além disso, nem o próprio sistema católico romano busca “resolutamente” soluções pacíficas para todas as controvérsias. Ao invés disso, o sistema do papado exige a submissão do intelecto e da vontade a seu papa, supostamente infalível. A exigência estipulada é dada nas seguintes palavras oficiais: “Desta infalibilidade goza o pontífice romano, chefe do colégio episcopal, por força do seu ofício, quando, na qualidade de pastor e doutor supremo de todos os fiéis… proclama, por um acto definitivo, um ponto de doutrina respeitante à fé ou aos costumes.”[3] Além disso, o sistema pronuncia uma punição por desobediência a estes ditames: “A Igreja tem o direito nativo e próprio de punir com sanções penais os fiéis delinqüentes.”[4]  Existe uma clara disparidade entre as palavras de paz do papado e seu próprio método de funcionamento. Consequentemente, se torna plausível que o propósito da visita do pontífice a Amon, Belém e Israel tenha sido outro que simplesmente a busca da paz geopolítica pela causa da boa vontade.

O Apelo à Paz

Desde o início, a visita de Francisco à Israel foi uma tentativa de atrair a atenção mundial usando como desculpa o apelo à “paz”. A mídia católica difundiu o evento etapa por etapa; como por exemplo, foi declarado que:

“Ao chegar à Israel no Domingo, Papa Francisco reiterou seu chamado pela paz na Terra Santa,   pedindo que Jerusalém se torne verdadeiramente uma “cidade da paz”, como é o significado de seu próprio nome. O Santo Padre falou da urgência da paz não apenas para Israel, mas para toda a região.”[5]

O Pontífice disse então que: “Conjuntamente com todo homem e mulher de boa vontade, eu imploro  àqueles em posição de responsabilidade que não deixem pedra sobre pedra na busca por soluções equitativas a problemas complexos, de forma que israelenses e palestinos possam viver em paz.”[6]  Várias vezes Francisco enfatizou o conceito de paz, ainda que por seus comentários não se possa entender como a paz verdadeira pode ser estabelecida. Ou seja, que, em primeiro lugar, a paz verdadeira e duradoura é a paz com Deus, através de Seu Filho, Jesus Cristo. Esta verdade tão importante não era parte de evangelismo “cristão” de Francisco. Lado a lado com o Papa, Rabinowitz, o rabino judeu, falou da “Jerusalém de sonhos”.  Assim, o rabino deu as boas vindas ao Papa: “A Jerusalém à qual o senhor chegou, honrado Papa, não é apenas a Jerusalém terrena, mas também a Jerusalém de sonhos.”[7] A esperança para o povo judeu não consiste no estabelecimento de um programa ecumênico pela paz de Jerusalém, mas no reconhecimento de que o Senhor Jesus Cristo é seu Salvador e Rei. Foi Cristo somente  quem estabeleceu a paz com Deus em nome de todo pecador crente, tanto judeu como pagão.[8]

Francisco encontra-se com o Grande Mufti do Islamismo para promover a aceitação mútua

O serviço de notícias do Vaticano falou do cenário e das palavras de Francisco:

No encontro na manhã de segunda-feira com o Grande Mufti de Jerusalém, Muhammed Hussein, oPapa Francisco salientou o fraterno diálogo e troca entre cristãos e muçulmanos o que, segundo ele, 'nos dá nova força para enfrentar os desafios comuns diante de nós.’

“Sua Excelência, querido fiel muçulmano, e queridos amigos,

Estou agradecido pela oportunidade de me encontrar com vocês neste lugar sagrado. Eu agradeço pelo convite cortez que extenderam a mim e, especialmente, eu quero agradecer ao Grande Mufti e ao presidente do Conselho Supremo Muçulmano…Neste momento me lembro de Abraão, que viveu        como  um peregrino nestas terras. Muçulmanos, cristãos e judeus vêem nele, embora de formas          diferentes, um pai na fé e um grande exemplo a ser imitado…Em nossa peregrinação terrena, nós não estamos sozinhos, nossos caminhos se cruzam com os de outros fiéis. Às vezes compartilhamos com eles uma parte do caminho, outras vezes experimentamos com eles um momento de descanço que nos reanima. Assim é esse nosso encontro hoje. Queridos irmãos, queridos amigos, deste lugar santo eu faço um apelo a todos os povos e a toda as comunidades que respeitam Abraão: que nós respeitemos e amemos uns aos outros! Que nós aprendamos a entender os sofrimentos dos outros! Que ninguém abuse do nome de Deus através de violência!   Que nós trabalhemos juntos pela justiça e paz! Salaam!”[9]

Assim, o Papa Francisco tentou criar um clima para a reaproximação respeitável entre o papado e o islamismo. O objetivo do pontífice era o de incluir o islamismo e seus povos na comunidade internacional de fé e vida religiosa como “irmãos e irmãs”. Tal aproximação não é biblicamente possível. Os cristãos crêem em um só Deus, onde,  dentro de uma Divindade existem três Pessoas. O islamismo rejeita esta verdade bíblica. O Alcorão declara:

“Certamente eles não crêem naquele que diz: com certeza Alá é a terceira (pessoa) da trindade; e não existe outro deus além de Deus, e se eles não renunciarem ao que eles dizem, um castigo doloroso acontecerá àqueles entre aqueles que não crêem.” (Surata 5:73)[10]

A Bíblia proclama a morte sacrificial de Cristo na cruz no lugar do crente, “em quem temos a redenção pelo seu sangue, a redenção dos nossos delitos, segundo as riquezas da sua graça”.[11]  O Islamismo rejeita veementemente a crucificação de Cristo Jesus.  Assim, o Alcorão declara:

“E por dizerem: Matamos o Messias, Jesus filho de Maria, o Mensageiro de Deus, embora não sendo, na realidade, certo que eles o mataram, nem o crucificaram, senão que isso lhes foi simulado. Eaqueles que discordam quanto a isso, estão na dúvida, porque não possuem conhecimento algum, abstraindo-se tão somente em conjecturas; porém, o fato é que não o mataram”. (Surata 4:157)[12]

A Bíblia proclama que Jesus Cristo é divino, sendo o brilho da glória divina, e a expressa imagem de Deus. No Alcorão, Jesus Cristo é rebaixado a apenas um apóstolo de Alá. Assim, o Alcorão declara:

“Ó seguidores do Livro, não excedam os limites em sua religião, e não falem (mentiras) contra Alá, mas (falem) a verdade; o Messias, Jesus filho de Maria, é apenas um apóstolo de Alá.”(Surata 4:171)

No entanto, Jesus Cristo declarou: “antes que Abraão existisse, EU SOU.”[13] “Eu e o Pai somos um.”[14]  “Por isso vos disse que morrereis em vossos pecados; porque, se não crerdes que Eu sou, morrereis em vossos pecados.”[15]

Uma religião que rejeita a divindade de Cristo é irreconciliavelmente anti-bíblica e anti-cristã, e deixa seus seguidores sem esperança, mortos em seus pecados. É uma blasfêmia absurda que o Papa Francisco, ao aceitar islâmicos como “irmãos e irmãs”, sugere que o Deus Soberano da Bíblia seja o mesmo que o deus infiel do Islamismo. Assim, para Francisco mostrar respeito e consideração ao Grande Mufti de Jerusalém e ao Islamismo diante do Senhor Deus é uma rejeição à pessoa e à obra de Cristo, e, consequentemente, ao próprio Evangelho. Todavia, a mídia noticiou que no dia 8 de Junho de 2014, “Rezas muçulmanas e leituras  do Alcorão foram ouvidas do Vaticano pela primeira vez na história.” Este acontecimento foi ocasionado pelo expresso convite de Papa Francisco.

A Homilia do Papa Francisco em missa no Cenáculo rejeita verdades bíblicas

O Pontífice apresentou a Missa Romana como uma representação do sacrifício de Cristo no suposto local da Última Ceia. A performance de Papa Francisco foi impecável com palavras serpentinas e ungidas, como ele mesmo declarou:“O Cenáculo nos lembra, através da eucaristia, de sacrifício. Em cada celebração eucarística, Jesus oferece a si mesmo ao Pai por nós, para que nós também possamos ser unidos a Ele, oferecendo a Deus nossas vidas, nosso trabalho, nossas alegrias e sofrimentos…oferecendo tudo como um sacrifício espiritual.”[16]

A oferta de Cristo, pela vontade do Pai, foi única; foi um evento histórico para nunca ser repetido. A perfeição divina é vista no fato de que este foi o sacrifício aceitável, oferecido uma vez.[17] Somente no Calvário, na pessoa e obra do Filho de Deus, é que vemos que “A benignidade e a fidelidade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram.”[18]  Apenas para aqueles que confiam somente na obra de redenção de Deus, é verdade que  “a obra da justiça será paz; e o efeito da justiça será sossego e segurança para sempre.”[19]  Ensinar que a missa romana é uma representação e repetição desta oferenda é denegrir a própria vontade e propósito do Pai. A majestade, o poder, e a abosluta perfeição do Senhor Jesus Cristo é vista nesta única satisfação , uma vez oferecida, para a justiça divina.  A verdade da excelência exclusiva do sacrifício de Cristo é enfatizada pelas palavras “uma vez”.  Por exemplo, as Escrituras ensinam que: “Pois quanto a ter morrido, de uma vez por todas morreu para o pecado, mas quanto a viver, vive para Deus.[20]  E “assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.[21]

Dessa forma, para o Papa dizer que “nós também podemos ser unidos a Ele, oferecendo a Deus nossas vidas, nosso trabalho, nossas alegrias e nossos sofrimentos…oferecendo tudo como um sacrifício espiritual” é uma tremenda arrogância. Sua declaração mostra que ele não tem temor a Deus.  Somente Jesus Cristo é qualificado a oferecer a si mesmo. Somente Ele possui as qualificações absolutamente únicas, de acordo com o que o Espírito Santo ensina: “Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime que os céus”.[22]  Consequentemente, para Francisco representar o sacrifício no que é chamado de missa, na qual as pessoas são aconselhadas a oferecer a si mesmas,  é uma blasfêmia! A morte do Senhor Jesus Cristo na cruz do Calvário foi um ato redentor único, e de uma vez por todas, por parte do Senhor Deus. Assim, para Franciso dizer que “Em toda celebração da eucaristia, Jesus oferece a si mesmo por nós ao Pai”, não apenas procura degradar a vontade e o propósito de Deus, mas também estripa  o padrão divino para a santidade e virtude absolutas  de Cristo como o Cordeiro de Deus, único, perfeito e sem manchas.[23] As palavras perspicazes de Cristo se aplicam agora à Francisco e suas artes dramáticas no Cenáculo: “Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.”[24]

Nem o Papa Francisco ou Bartolomeu, o Patriarca Ortodoxo, crêem no Evangelho

Desde que voltou ao Vaticano, Francisco tem falado de sua Igreja Romana como cristãos “à caminho da unidade Cristã”. Suas palavras exatas foram:“Queridos irmãos e irmãs, minha jornada apóstolica à Terra Santa nesses dias foi uma grande graça para mim e para toda a Igreja. Ela comemorou o quinquagésimo aniversário do encontro de Papa Paulo VI com o Patriarca Ecumênico Atenagoras, que foi um marco no caminho da unidade cristã. O Patriarca Bartolomeu e eu oramos juntos como irmãos diante do sepulcro do Senhor Ressurreto e  renovamos nosso compromisso de trabalhar para a comunhão total entre as Igrejas.”[25]

Em Jerusalém, Francisco começou seu discurso com essas palavras“Nesta basílica, pela qual todos os cristãos têm uma profunda veneração, minha pilgrimagem na            companhia de meu amado irmão em Cristo, Sua Santidade Bartolomeu, chega agora a seu auge.”[26]

Francisco pressupõe que tanto ele como o patriarca ortodoxo sejam cristãos. Isto é uma falsidade absoluta. Não é verdade em relação a nenhum dos dois. No caso da Igreja Ortodoxa, esta ensina um sistema de salvação completamente diferente do que a Palavra de Deus ensina. A principal área em que a Igreja Ortodoxa no Leste difere radicalmente dos claros ensinamentos das Escrituras Sagradas é a da justificação. Aqui estão dois exemplos dos ensinamentos da Igreja Ortodoxa sobre este assunto:

“A justificação não é dada de uma vez por todas, e nem é uma garantia da salvação eterna, mas depende de que maneira o homem vai viver sua vida, virtuosamente ou pecadoramente, no futuro.   Judicialmente, não existe tal coisa que converte instantaneamente o pecador em justo.”[27]

“Assim, não é de se admirar que a doutrina Ortodoxa da justificação tenha um papel tão insignificante. A apresentação mais comum dos ensinamentos Ortodoxos sobre religião, de John of Damascus, não menciona, de modo algum, o conceito de justificação.”[28]

Em contraste, inúmeras passagens das Escrituras Sagradas demonstram que os verdadeiros cristãos, que dependem da justificação recebida somente através da fé em Cristo, sabem que são aceitos por Deus Pai através de Cristo, o Amado, precisamente por causa de quem Ele é e do que Ele sozinho realizou.[29] Alguns exemplos incluem: “Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não entra em juízo, mas já passou da morte para a vida.” [30] “eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão.”[31]  E apesar dessas palavras claras que ambos devem conhecer e reconhecer como verdade absoluta, Francisco enalteceu o Patriarca Ortodoxo, Bartolomeu, como um irmão, que de certa forma ele talvez seja. Mas pelas palavras e posições que eles mantêm, cada um deles demonstra que não está em Cristo.

O Papa agradeceu a Maria, através de oração, pelo resultado de sua visita

Um web site romano relatou a oração de Francisco a Maria com essas palavras:

O Papa Francisco fez uma visita privada à Basílica de Santa Maria Maior na Terça-feira pela manhã para agradecer à Nossa Senhora pelo resultado positivo de sua visita à Terra Santa…A Rádio do Vaticano relata que o Cardeal Abril e Castello, arcipreste da Basílica, disse que o Papa Francisco chegou por volta das 11 da manhã com um buquê de flores para Nossa Senhora para agradecê-la pelo resultado favorável de sua jornada e para confiar a ela os frutos de sua pilgrimagem. [32]

A Bíblia ensina que, como cristãos, devemos exaltar a Jesus Cristo em orações. Assim, Maria, como todos os demais cristãos abençoados que se foram antes de nós, não é para ser endereçada, de forma alguma, e muito menos exaltada em orações. A oração, em sua própria essência, é um ato de adoração que se rende em reconhecimento da excelência transcendente.  Esta excelência exclusiva é atribuível somente a Deus, e afirmada com Seus direito singular de ser dirigido em oração: “Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os confins da terra; porque eu sou Deus, e não há outro.”[33]As Escrituras declaram que “Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.”[34] O Senhor Deus, somente em Jesus Cristo, é digno de exaltação em oração. Consequentemente, somente Ele é digno de receber nossa adoração: “Digno és, Senhor nosso e Deus nosso, de receber a glória e a honra e o poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade existiram e foram criadas.”[35]  “Porque dEle, e por Ele, e para Ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.”[36]  Francisco não obedeceu ao Senhor Deus nessa questão tão importante; ao invés disso, exaltou Maria em oração. Nas Escrituras, essa questão foi levantada: “Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: Acaso não consultará um povo a seu Deus? acaso a favor dos vivos consultará os mortos? A Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes raiará a alva.”[37] Assim, o veredito do Senhor de acordo com sua Palavra escrita é verdadeiro concernente à Francisco porque “não há luz nele” (“nunca lhes raiará a alva”). A oração de Francisco “à Nossa Senhora para agradecê-la” veio das profundezas da escuridão espiritual que tem dentro de si. Após sua viagem à Israel, o Pontífice escolheu a falsidade da tradição romana de orar à Maria ao invés de orar ao Senhor.

Conclusão

A pilgrimagem do Papa à Terra Santa e seu resultado mostram de novo o astuto jesuitismo de Francisco. Ele várias vezes tornou público o fato de que não está tentando intermediar politicamente entre seus visitantes palestinos e israelenses. Ao invés disso, o papel que ele está supostamente tentando desempenhar é aquele de mediador espiritual. Várias questões vêm à mente. Primeiro, o Papa representa tanto um sistema religiosos apóstata, a Igreja Católica Romana, como um estado civil, a Santa Sé, cuja estrutura de governo é absolutamente autoritária e totalitária. Segundo, o fato de ele ter convidado dois líderes de estado, Peres e Abbas, para fazer uma visita conjunta a seu apartamento privado, foi claramente um ato político e diplomático. Estes homens não são conhecidos por seus papéis em suas respectivas religiões, mas ambos são funcionários políticos civis. E para disfarçar o caráter dessas visitas, o patriarca Ortodoxo, Bartolomeu, também foi convidado, e este encontro deveria ser uma reunião de oração. A ordem civil de qualquer país é baseada na religião dominate de seu povo, e este Papa sabe disso muito bem. Deve-se lembrar que o Papado por muitos séculos se considera  “de cima” ou espiritual, enquanto que os outros, incluindo todos os líderes de estados civis, são “de baixo”, ou desse mundo. Francisco acredita firmemente nisto e está apenas praticando o que ele credita como verdade sobre o sistema romano e sobre si mesmo como seu líder. Desta forma, tendo ido visitar estes líderes “inferiores” em seus próprios países, ele publicamente os convidou a sua casa em Roma para um encontro de oração, como se deveria esperar de um Papa, supostamente colocando a religião acima de tudo.

Esta nova práxis é, na realidade, apenas uma aplicação de uma ampliação ecumênica global dos princípios que Roma adotou no Concílio Vaticano II, de 1962-1965. Uma das principais mudanças formalmente esboçadas naquele Concílio foi a iniciação de um programa de falso ecumenismo. Foi decidido que todas as outras denominações institucionais “cristãs” e seus membros deveriam agora ser atraídos de volta à comunhão completa sob a Roma papal. Antes do Concílio Vaticano II, a Igreja Católica Romana chamava os evangélicos de hereges. A partir de tal Concílio, estes têm sido chamados de “irmãos desgarrados”, e por isso devem ser cortejados, “pouco a pouco,”[38] de volta ao rebanho católico romano. Além disso, após o Concício Vaticano II, católicos são instruídos a identificar a si mesmos não como católicos, o que têm feito previamente, mas como “cristãos”, o que é uma mudança significativa. Dessa forma, desde o Concílio Vaticano II, a Roma papal vem trabalhando incansavelmente para ser reconhecida como a Igreja Cristã. Todos os outros, especialmente os evangélicos, continuam a ser designados como “irmãos desgarrados”, e só poderão obter reconhecimento como cristãos autênticos ao retornar para a comunhão com a igreja mãe. A Roma papal está trabalhando para ser aceita ipso factocomo a cabeça da cristandade.

Esta política de se apropriar furtivamente do poder sobre todo o mundo cristão é parte de um plano mais  abrangente. Simultaneamente, o sistema do papado  tem outros peixes em vista: muçulmanos e judeus. O Vaticano quer se posicionar como o líder de uma unidade religiosa de âmbito mundial. Uma alegação infundada muito sutil mas importante desse privilégio tão cobiçado de liderança foi lançada ao mundo com a visita do Papa “pacifista” ao Oriente Médio em Maio, e a subseqüente visita de Peres e Abbas a Roma no dia 8 de Junho de 2014. Espertamente, a casa do Papa foi o local escolhido para esse encontro de homens pertencentes a quatro religiões diferentes. Dessa forma, poder-se-ia dizer que era uma residência particular na qual todos foram convidados a orar pela paz, não em conjunto, mas pelo menos no mesmo lugar. Cada representante poderia orar a seu próprio deus, sem invadir o espaço consagrado de ninguém. Assim, essa representação dramática da busca prática e ecumênica pela paz entre quatro das principais religiões do mundo – ortodoxa, católica romana, judía e muçulmana – promovida pelo Papa, criou um precedente. O pontífice havia gentilmente tomado a iniciativa de promover e apoiar o espetáculo. O uso de falsa humildade, cortezia diplomática elaborada, hospitalidade enganosa, e encorajamento positivo e diretivo colocou Francisco na posição de líder honorário do esforço ecumênico de paz. Os peixes certamente caíram na rede. Assim, enquanto imitador da divina prerrogativa de Cristo como o mediador espiritual sobre a Igreja, o Papa está alcançando consideráveis benefícios políticos e diplomáticos para o Vaticano.

Antes de tudo, Francisco é e sempre será um jesuíta. Sua mente foi especificamente preparada para pensar dentro desses parâmetros. Como uma tropa de elite, absolutamente leal ao papado, os jesuítas se tornaram os professores e tutores de filhos de reis, governantes e  famílias importantes em cada país. Dessa forma, eles ganharam acesso àqueles em posição de poder civil e influência com o objetivo de que as nações que antes fizeram parte do Santo Império Romano se submetessem de novo às leis e ensinamentos católico romanos. Até mesmo nas democracias modernas, os jesuítas têm, dissimuladamente, se colocado em posições de influência na política, na mídia e em agências estatais. Eles sempre agem primariamente e apenas  pelos interesses da Igreja do Estado Romano. Se Francisco, o jesuíta, se tornou o honorário condutor do trem da paz mundial, nós podemos ter certeza de que o Vaticano vai decidir o preço dos ingressos.

No entanto, existe apenas um pacificador, o Senhor Jesus Cristo. O verdadeiro cristão vê em Jesus Cristo o único mediador , “pois há somente um Deus e um Mediador entre Deus e o homem, Cristo, Jesus, homem.[39]  O esplendor do Evangelho consiste  no fato de que o coração do cristão é fixo em Cristo, a fonte da vida, onde ele bebe mais e mais profundamente dos rios do prazer que estão à
Sua mão direita. A vida eterna é para ser encontrada apenas em Jesus Cristo através de Sua vida perfeita e de Seu sacrifício.  “Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.” [40] Este é o foco verdadeiro, porque um cristão aprende a se fixar, de forma mais e mais consistente, somente no Senhor Jesus Cristo para a vida. Isto é completamente diferente do objetivo e destino que Francisco e a Roma papal têm para o povo. Roma comanda seu povo, e a humanidade em geral, a se fixar nos sacramentos físicos e na sua hierarquia de governo, que sustenta seus sacramentos. O Evangelho bíblico não envolve a fixação em sinais físicos. Ao invés disso, os cristãos devem seguir ao comando bíblico “fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé, o qual, pelo gozo que lhe está proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está assentado à direita do trono de Deus.”[41] Ele é o autor e consumador de nossa fé, seu começo e fim. “Fitando em Jesus” é manter confiantemente nosso coração e mente nEle. Nele está a graça. Ele é a fonte de toda a graça e é Ele quem provê todas as necessidades de cada cristão. A vida do cristão é atraída por Cristo e dirigida à Ele. Ele é seu princípio inicial e seu objetivo final.  A vida verdadeira é aquela que é vivida em comunhão íntima e pessoal com Cristo, como o Apóstolo Paulo declarou eloqüentemente: “Para mim, viver é Cristo.” Isto significa que a pessoa que é justificada somente pelo Santo Deus deve caminhar com o Senhor Jesus Cristo, tomando Seu jugo sobre si  e aprendendo com Ele, e para isso, bebe profundamente de Sua Palavra Escrita e começa a seguir o que as Escrituras dizem ao invés de inventarem seus próprios caminhos. A abundância da graça ultrapassa grandemente o mal do pecado. Uma vez que o crente aceita Jesus Cristo como sua única garantia diante do Deus Todo Santo, ele encontra a si mesmo  não apenas libertado de seus pecados, mas também feito “reinar em vida”. “ Porque, se pela ofensa de um só, a morte veio a reinar por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo.” [42]Aqueles que recebem a graça abundante dada por Cristo não apenas são redimidos do império da morte, mas vivem e reinam com Ele, uma vez que são santificados diariamente através de Sua Palavra pelo Espírito Santo, e pela comunhão constante com Ele.  E, com Ele, também viverão e reinarão em um mundo sem fim. Através de Jesus Cristo, a graça reina com liberdade soberana, poder e abundância!       “Bendito seja para sempre o Seu nome glorioso, e encha-se da sua glória toda a terra. Amém e Amém. [43]

Os autores autorizam a cópia desse artigo em sua totalidade e sem alterações, e também sua divulgação em web sites na Internet desde que seja feita também sem alterações e em sua totalidade.


[1]           http://www.news.va/en/news/meeting-with-the-president-of-the-state-of-israel

[2]           http://www.news.va/en/news/meeting-with-the-president-of-the-state-of-israel

[3]           Catecismo da Igreja Católica, Para. 891

[4]           Code of Canon Law,Latin-English ed.  Canon 1311

[5]           http://www.ewtn.com/vnews/getstory.asp?number=130139

[6]           http://www.ewtn.com/vnews/getstory.asp?number=130139

[7]           http://jewishvoiceny.com/index.php?option=com_content&view=article&id=7522:pope-francis-i-makes-historic-trip-to-israel-stirs-controversy-over-state-of-palestine-remark&catid=107:israel&Itemid=290

[8]           Ephesians 2: 11-22 cf. to Romans 11:25-6

[9]     http://www.news.va/en/news/pope-francis-to-muslims-we-must-confront-common-ch

[10]          Salvo indicação em contrário, todas as citações do Alcorão são deste web site: http://www.hti.umich.edu/k/koran/

[11]          Efésios 1:7

[12]          http://www.ewtn.com/vnews/getstory.asp?number=130139

[13]          João 8:58

[14]          João 10:30

[15]          João 8:24

[16]          http://www.zenit.org/en/articles/pope-francis-homily-at-mass-in-the-upper-room

[17]          Hebreus 10:12-14

[18]          Salmo 85:10

[19]          Isaías 32:17 cf. to Romanos 10:4; I Coríntios 1:30; II Coríntios 5:21; Filipenses 3:9

[20]          Romanos 6:10

[21]          Hebreus 9-27; 10:15

[22]          Hebreus 7:26

[23]          João 1:29, 36 cf. to I Peter 1:18-20

[24]          Mateus 23:28

[25]          http://w2.vatican.va/content/francesco/en/audiences/2014/documents/papa-francesco_20140528_udienza-generale.html

[26]          http://www.zenit.org/en/articles/francis-address-at-prayer-service-with-patriarch-bartholomew

[27]          Em Que os Cristãos Ortodoxos Acreditam? (Lamp Publishing of the Little Orthodoxy Library: 1996) p. 9

[28]          Ernst Benz, The Spirit and Life of the Eastern Church (Svetlost Press: Sarajevo, Bosnia, 1991) p.

[29]          Efésios 1:6-7 cf. Romanos 1:17; Gálatas 3:11; Hebreus 10:38

[30]          João 5:24

[31]          João 10:28

[32]          http://www.zenit.org/en/articles/pope-visits-rome-basilica-to-thank-our-lady-for-holy-land-pilgrimage

[33]          Isaías 45:21-22

[34]          Mateus 4:10

[35]   Apocalipse 4:11

[36]          Romanos 11:36

[37]          Isaías 8:19-20

[38]          Concílio Vaticano II Documento Nº 32, “Decreto sobre Ecumenismo,” Sect. 4, “…superando pouco a pouco os obstáculos que impedem a perfeita comunhão eclesiástica, todos os cristãos se congreguem numa única celebração da Eucaristia e na unidade de uma única Igreja. Esta unidade, desde o início Cristo a concedeu à Sua Igreja. Nós cremos que esta unidade subsiste indefectivelmente na Igreja católica …”

[39]          I Timóteo 2:5

[40]          II Coríntios 3:18

[41]          Hebreus 12:2

[42]          Romanos 5:17

[43]          Salmo 72:19

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